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Detentos envolvidos no massacre em presídio de Altamira chegam a Belém

Cerca de 30 presos serão distribuídos nas casas penais do Pará. Os 15 que foram identificados como mentores e executores do massacre irão aguardar transferência para presídios federais.

Presos de Altamira são transferidos após massacre. que deixou 57 mortos no Pará. — Foto: Bruno Cecim / Agência Pará

A Superintendência do Sistema Penitenciário informou que doze detentos envolvidos no massacre que deixou 57 pessoas mortas no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará, chegaram em Belém na tarde desta terça-feira (30). Eles desembarcaram no hangar do Grupamento Aéreo de Segurança Pública e seguiram para unidades prisionais.

A transferência dos presos iniciou na manhã desta terça-feira. Ao total, 46 presos serão transferidos para outros presídios. Cerca de 30 deles serão distribuídos nas casas penais do Pará. Os 15 que foram identificados como mentores e executores do massacre irão aguardar transferência para presídios federais. O Ministério da Justiça liberou 10 vagas para o governo do Estado em presídios federais.

De acordo com o Secretário de Estado de Segurança Pública, Uálame Machado, os detentos que tiveram envolvimento direto na rebelião respondiam na justiça por roubo, latrocínio, homicídio e tráfico de drogas.

“Estes que estão vindo de avião para Belém foram identificados por vídeos e depoimentos de envolvidos na situação. Vão passar a responder por homicídio, organização criminosa e dano ao patrimônio público. Em breve serão transferidos para presídios federais”, afirmou o secretário.

Na segunda-feira (29), detentos foram assassinados durante um confronto entre facções criminosas dentro do presídio. Líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). No local, 41 detentos morreram asfixiados e 16 foram decapitados, segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe).

Nesta terça, o Instituto Médico Legal (IML) liberou os 10 primeiros corpos de vítimas do massacre que deixou 57 pessoas mortas no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará. Os corpos estão sendo armazenados em uma câmara frigorífica devido ao pouco espaço nas instalações do IML no município.

O corpos foram identificados como Efraim Mota Ferreira, 22 anos; Luilson da Silva Sena, 35 anos; Wesley Marques Bezerra, 21 anos; Adriano Moreira de Lima, 21 anos; Ismael Souza Veiga, 37 anos; Carlos Reis Araújo, 23 anos; Jelvane de Sousa Lima, 35 anos; Josivan Irineu Gomes, 25 anos, Marcos Saboia de Lima, 28 anos; Rivaldo Lobo dos Santos, 20 anos.

Pedido de força-tarefa federal

Também foi solicitado pelo governador do estado, Helder Barbalho, ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o deslocamento de pelo menos 40 integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), do Departamento Penitenciário Nacional. Dez agentes devem chegar ao Pará já nesta terça-feira.

Novas casas penais

Após o massacre e as informações divulgadas pelo relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontam superlotação no presídio, o governo anunciou a ampliação das casas penais.

A conclusão do presídio no município de Vitória do Xingu, também na região de Altamira, terá capacidade para 306 presos adultos e 200 mulheres no regime fechado, além de 200 internos do regime semiaberto.

Segundo Helder Barbalho, a Norte Energia, empresa responsável pela construção do presídio — como obra de compensação ambiental da Usina Hidrelétrica de Belo Monte — garantiu que a unidade prisional será entregue em 60 dias.

Na manhã desta terça-feira (30), o Ministério Público do Pará disse em nota que cobra a conclusão de obras no presídio desde 2017. Em setembro de 2018, uma rebelião na mesma unidade prisional deixou toda a área do semiaberto destruída pelo fogo. Segundo o MP, a área ainda não foi reformada.

A promotoria de Altamira instaurou um inquérito civil para apurar a paralisação das obras do presídio e acelerar a sua conclusão junto aos órgãos responsáveis, incluindo a empresa Norte Energia, responsável pela construção.

Massacre no presídio de Altamira — Foto: Arte G1

Massacre no presídio de Altamira — Foto: Arte G1

(G1 Pará)

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