Fabricante de alumínio Norsk Hydro pretende cortar custos novamente
OSLO (Reuters) – A Norsk Hydro, uma das maiores produtoras de alumínio do mundo, pretende retomar seus esforços de corte de custos, após grandes contratempos operacionais no último ano e meio, afirmou nesta terça-feira a presidente-executiva da companhia, Hilde Merete Aasheim.
A nova meta da empresa é aumentar os lucros em 6,4 bilhões de coroas (707,56 milhões de dólares) nos próximos cinco anos, disse a executiva, que assumiu o comando da empresa norueguesa em maio.
Após um vazamento em uma de suas fábricas no Brasil, a Hydro abandonou no ano passado os planos de cortar custos em 3 bilhões de coroas entre 2015 a 2019. Desde então, foi atingida por um grande ataque cibernético que paralisou redes e prejudicou os lucros.
“A Hydro pretende elevar os fluxos de caixa e os retornos com amplos esforços de melhoria e reestruturação em suas áreas de negócios”, afirmou a companhia em comunicado antes de um evento no mercado de capitais em Oslo.
Aasheim deve reestruturar os negócios de produtos laminados da Hydro, com o objetivo de reduzir os custos na divisão em 900 milhões de coroas adicionais nos próximos cinco anos, informou a empresa.
No início deste mês, a Hydro anunciou planos para encerrar a produção de alguns produtos laminados na Alemanha e disse que poderia demitir mais de 700 trabalhadores em uma tentativa de aumentar a lucratividade.
A empresa também apresentou uma nova meta de retorno de 10% sobre o capital médio empregado, enquanto reiterava uma meta anual de dividendos de 40% do lucro líquido, com um piso de dividendos de 1,25 coroa por ação.
As despesas de capital para 2019 e 2020 combinadas são estimadas em cerca de 12,5 bilhões a 13,5 bilhões de coroas, cerca de 1 bilhão de coroas a menos do que o previsto anteriormente no mesmo período.
As novas metas de rentabilidade da Hydro são fortes, disse a corretora DNB Markets, que mantém uma recomendação de compra, em nota aos clientes, acrescentando que a redução planejada no capital de giro está alinhada com as expectativas.
ALUNORTE
A refinaria de alumina brasileira Alunorte tem sido uma grande dor de cabeça para a empresa nos últimos dois anos.
Os lucros da Hydro foram atingidos por um embargo à produção na refinaria após um vazamento em fevereiro de 2018, que por sua vez levou a cortes na produção da fonte de bauxita da Alunorte, Paragominas, e à planta de alumínio primário da Albras, subsidiária da Hydro.
O embargo fez a Alunorte operar com metade de sua capacidade depois que reguladores e tribunais restringiram a produção.
Um tribunal federal brasileiro suspendeu completamente o embargo em maio, permitindo à Alunorte retomar a produção total. Outro tribunal federal retirou recentemente um dos dois embargos a um novo depósito de resíduos de bauxita chamado DRS2. O depósito atualmente em uso, DRS1, estará cheio no próximo ano.
A Alunorte atingiu 80%-85% de utilização da capacidade em junho, e as unidades de Paragominas e Albras poderiam posteriormente aumentar a produção.
Na terça-feira, a Hydro disse que a Alunorte tentaria atingir 75%-85% da capacidade para o resto de 2019, avançando em direção à capacidade total em 2021.
“O ‘ramp-up’ da Alunorte parece estar se movendo um pouco mais devagar do que havíamos antecipado”, disse o DNB em sua nota.
A refinaria de Alunorte, a maior do gênero fora da China, transforma a bauxita das minas em alumina, o principal material usado na fabricação de alumínio nas fundições. Sua capacidade instalada pode produzir o suficiente para sustentar a produção anual de alumínio de mais de 3 milhões de toneladas.
(Por Victoria Klesty e Gwladys Fouche – Reuters)