Selos contam a história da capital paraense desde 1916
Mais antiga homenagem postal data de 104 anos atrás e festejou a fundação de Belém
O selo mais antigo que retrata Belém é comemorativo aos 300 anos de fundação da Cidade das Mangueiras. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informa que o selo de gravura xilográfica nas cores vermelho e branco, retrata o passado e o progresso por meio de uma antiga caravela portuguesa e de um navio a vapor atracado no cais do porto.
O desenho é de autoria de F. Hilarião T. Silva, gravado por Bezerra Paiva e foi lançado em primeiro de janeiro de 1916 com tiragem de 1 milhão de unidades. De lá para cá, Belém e o Pará foram temas de selos outras 30 vezes, tendo sido retratados por meio de pontos turísticos, datas comemorativas, personalidades ou de elementos da cultura, como o Círio de Nazaré, a fauna e a flora, segundo levantamento do filatelista Paulo Ananias Silva, da Sociedade Philatelica Paraense.
Assim como no tricentenário, a celebração dos 400 anos da Cidade das Mangueiras também foi retratada em selo, no ano de 2016, com uma minifolha contendo oito selos com fotografias da Estação das Docas, do Mercado Ver-o-Peso, do Theatro da Paz, do Forte do Castelo, além do carimbó, do Círio de Nazaré e do açaí.
A minifolha denominada “Maravilhas de Belém do Pará” traz as frondosas mangueiras compondo a imagem de fundo para enaltecer o aniversário da cidade. Os selos foram lançados em Belém com tiragem de 200 mil folhas. Mas, entre essas homenagens, houve ainda, em 2010, o lançamento da folha “Selos Personalizados Pará” com 12 selos de fotografias homenageando lugares de Belém, como Basílica de Nazaré, Hangar Centro de Convenções, Mangal das Garças, Palácio Antônio Lemos e Theatro da Paz.
A filatelia retrata a história a cultura de uma determinada sociedade, país ou entidade, é um meio de divulgação. Belém é retratada através de selos”, ressalta Paulo Ananinas Silva. Ainda segundo o levantamento dele, outros lugares de Belém foram tema de selos específicos, como o Theatro da Paz, em 1978; o prédio histórico da antiga Alfândega, em 1988; o Ver-o-Peso, em 1997; e o Estádio do Mangueirão, em 2007. Até o cemitério Santa Izabel foi retratado na série de selos “Cemitérios Brasileiros”, em 2013. CabanagemO aniversário da revolta da Cabanagem também mereceu homenagem em selo, em 1985. O Círio de Nazaré foi retratado em selos por três vezes, nos anos 1972, 1981 e 1993, sendo o último alusivo aos 200 anos da festa religiosa. Na gastronomia, a tigela de açaí foi tema de selos em mais de uma ocasião, mas em 1994 mereceu um selo exclusivo, e em 2005, a tigela com o vinho do fruto estampou o mesmo selo que uma terrina com pato no tucupi.
Os centenários do ex-governador Lauro Sodré (1958), de morte do maestro Carlos Gomes (1996), da presença dos Padres Barnabitas no Brasil (2003) e do time do Paysandu (2014) também mereceram selos. Outras personalidades marcantes da história que residiram em Belém e também foram tema de selos foram o médico Gaspar Viana, em 1962; o cientista Emílio Goeldi, em 1966; o primeiro brasileiro a conquistar medalha em jogos olímpicos, Guilherme Paraense, em 1992; e o engenheiro Bernardo Sayão, que construiu trecho da Rodovia Norte-Sul, em 2001.
(O Liberal)