Preços da arroba e da carne bovina recuam em janeiro, aponta Cepea
Cotações da carne suína também caíram, mas houve recuperação em relação ao frango
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Após as fortes altas do final do ano passado, os preços da arroba do boi gordo e da carne bovina no mercado atacadista estiveram em movimento de queda em praticamente todo o mês de janeiro, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Conforme os pesquisadores, a oferta de animais para abate esteve baixa ao longo do mês de janeiro, mas, em contrapartida, os frigoríficos diminuíram o ritmo de aquisição de novos lotes devido à menor demanda doméstica por carne.
Eles observam que, em janeiro, é comum observar o enfraquecimento na procura por carne, em decorrência do menor poder de compra da população, diante das despesas extras do primeiro mês do ano. Além disso, o mercado tenta buscar um equilíbrio após as intensas elevações de preços verificadas no final do ano passado.
Até 29 de janeiro, a média do Indicador do boi gordo CEPEA/B3 recuou 8,82% em relação a dezembro para R$ 193,25. Entretanto, refletindo as altas do final de 2019, a média do indicador se mantém 26,9% acima da verificada em janeiro do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI).
Suínos
As cotações da carne suína também recuaram em janeiro, assim como as concorrentes bovina e de frango. Os pesquisadores observam que o preço da carcaça suína se aproximou do valor do frango inteiro, recuperando parte da competitividade perdida no mês anterior, mas se desvalorizou menos que a carcaça casada bovina, diminuindo a diferença entre as duas carnes.
As pesquisas do Cepea apontam que as baixas nos preços da carne suína estão atreladas à demanda interna enfraquecida e ao menor ritmo de exportações. Quanto à carne de frango, também na Grande São Paulo, segundo colaboradores do Cepea, o enfraquecimento na demanda elevou os estoques, o que pressionou ainda mais os valores.
Em relação às exportações, os embarques de carne suína in natura estão em ritmo lento, de acordo com dados parciais da Secex. Considerando-se 17 dias úteis deste mês, o Brasil exportou 2,7 mil toneladas/dia, média 13,9% menor do que em dezembro, quando os embarques atingiram recorde.
(Revista Globo Rural)