PFC – Ex-Paysandu, atacante retorna ao futebol após trabalhar em penitenciárias e decide jogo no Parazão
Nenê Apeú decidiu a partida entre Paragominas e Águia
O Paragominas conseguiu a segunda vitória no Parazão ao vencer o Águia por 1 a 0, no último domingo (2). Mas outro fato chamou mais atenção que o gol aos 46 do segundo tempo. O atacante ex-Paysandu Nenê Apeú, que decidiu a favor do Jacaré, marcou o primeiro gol no retorno ao futebol, após quatro anos longe dos campos, trabalhando em penitenciárias.
DESACREDITADO
Com duas passagens pelo Papão, em 2011 e 2012, Nenê Apeú, 29 anos, vestiu as camisas de São Raimundo, Ypiranga-AP, Paragominas, Tuna e Castanhal, além de uma aventura no futebol português. Desacreditado com o futebol, uma perda na vida pessoal apenas reafirmou o desejo de Apeú em abandonar os gramados, em 2015.
“Já havia algum tempo que queria deixar o futebol, mas meu pai que não deixava, era quem me dava mais apoio. Só que quando ele faleceu, decidi parar de fato, o que foi muito triste. Foi quando consegui o emprego em uma penitenciária”, revelou.
“Fiquei esse tempo nos presídios de Americano e Castanhal. No começo você assusta, mas depois se acostuma. Não é fácil, até porque lidar com pessoas, ainda mais presos, é complicado”, disse. Porém, como acontece com muitos jogadores: “A saudade [do futebol] bateu”.
A VOLTA
Sentindo falta dos gramados, Apeú chegou foi Pedreira em 2019, para a disputa da Segundinha. Entretanto, não pode entrar em campo por problemas de documentação. Então, buscou um recomeço na casa onde teve alguns dos melhores momentos da carreira.
“O Paragominas é um clube do qual tenho um carinho especial. Marquei o gol do acesso [contra o São Raimundo], em 2012. Quando disse ao Ivanildo Gomes [presidente do PFC] que queria voltar, ele deu o maior apoio. Disse que ia apenas anunciar ao técnico Rogerinho, mas que eu já estava contratado”.
Enquanto esteve longe do futebol e agora, de volta ao dia a dia do esporte, Helderson Leite Lima, o Nenê Apeú, atribui ao incentivo da família e amigos o retorno e a busca pela felicidade dentro das quatro linhas.
“Todo mundo me apoiou muito. No período em que deixei o futebol, todo mundo ficava muito próximo, me diziam para voltar a jogar bola. Agora, espero retribuir todo o carinho com a camisa do Paragominas, fazendo muitos gols”, finalizou.
(O Liberal)