Corinthians cai em Itaquera pela 4ª vez e é eliminado da Libertadores
O que deveria ser um trunfo para o Corinthians tem sido, na verdade, um peso no que se refere à Copa Libertadores. Pela quarta vez desde que o Itaquerão foi inaugurado, em 2014, o clube paulista é eliminado do torneio continental jogando diante de sua torcida.
Nesta quarta-feira (12), a equipe do técnico Tiago Nunes até venceu o Guaraní-PAR por 2 a 1, pela segunda fase eliminatória da competição, mas com a derrota por 1 a 0 na ida e o gol fora de casa anotado pelos paraguaios, viu sua arena se transformar novamente em cenário de glória alheia.
Luan e Boselli marcaram ainda no primeiro tempo, que também teve a expulsão de Pedrinho com apenas 28 minutos de jogo. No início da etapa final, Gil derrubou Bobadilla na entrada da área em marcação discutível da arbitragem do argentino Néstor Pitana. Fernando Fernández cobrou forte no canto de Cássio e anotou o gol da classificação dos visitantes. No final da partida, aos 40 minutos, Romaña, do Guaraní, também foi expulso.
No retrospecto dos insucessos do time alvinegro no campeonato sul-americano desde que inaugurou o Itaquerão, o mesmo Guaraní já havia sido algoz da equipe no estádio pela Libertadores, em 2015.
Os paraguaios, naquela ocasião, ganharam as duas partidas, válidas pelas oitavas de final, com direito a triunfo por 1 a 0 na partida derradeira, na zona leste de São Paulo, gol justamente de Fernando Fernández, que se transforma em carrasco alvinegro na história do torneio.
Nacional (URU) e Colo-Colo (CHI) também tiveram o gosto de eliminar os corintianos em Itaquera, na mesma fase da competição.
Os uruguaios vieram ao Brasil em 2016 e, após empatarem em 0 a 0 no jogo de ida em Montevidéu, ficaram no 2 a 2 com o Corinthians na volta e se classificaram pelo critério de gols fora de casa.
Em 2018, última participação da equipe alvinegra na Libertadores antes de 2020, os chilenos venceram por 1 a 0 em Santiago, no duelo de ida. Em Itaquera, perderam por 2 a 1, mas com o gol marcado em São Paulo pelo ex-palmeirense Lucas Barrios, garantiram a classificação.
Se considerada a edição de 2013 do torneio, antes da inauguração da Arena Corinthians, esta é a quinta eliminação consecutiva do clube jogando em casa. Na ocasião, o time treinado por Tite empatou com o Boca Juniors (ARG) em 1 a 1 no Pacaembu, após ter perdido em
Buenos Aires por 1 a 0, e se despediu da Copa Libertadores daquele ano, o que encerrou a possibilidade do bicampeonato.A queda para o Guaraní nesta quarta (12) também repete o que aconteceu com o próprio Corinthians em 2011, quando ainda antes da fase de grupos, na chamada pré-Libertadores, foi eliminado pelo Tolima (COL). A equipe, que tinha Ronaldo e Roberto Carlos, empatou sem gols no Pacaembu antes de ser derrotada por 2 a 0 em Ibagué, na Colômbia.
Até hoje, só três clubes brasileiros que disputaram as fases preliminares não foram capazes de avançar até o estágio de grupos:
Corinthians, Chapecoense (2018) e São Paulo (2019). A equipe do Parque São Jorge, porém, é a única a ter sido eliminada duas vezes.
Desde o título da Libertadores em 2012, foram cinco participações do time alvinegro na competição. Em nenhuma delas o clube conseguiu ir além das oitavas de final.Além do revés esportivo, que coloca pressão sobre o trabalho do treinador Tiago Nunes ainda no início da temporada, a queda precoce impede o Corinthians de faturar cerca de R$ 27 milhões, com os quais contava para o andamento de 2020.
Esse cálculo estabelecia como meta a classificação corintiana para as oitavas de final da Libertadores. Com cinco jogos em casa antes do
mata-mata, o clube embolsaria aproximadamente R$ 8 milhões em bilheteria mais R$ 19 milhões de premiação da Conmebol. Por disputar a segunda etapa preliminar, o Corinthians já garantiu US$ 500 mil (R$ 2,1 milhões) da Conmebol.
A votação do orçamento pelo conselho fiscal do clube está marcada para esta quinta-feira (13). Com a eliminação, a diretoria, que já previa reajustes para o ano a fim de alcançar superavit de R$ 40 mil, terá de recalcular os cortes de gastos e contar com a venda de atletas para não terminar 2020 no vermelho.
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Gil e Sidcley (Lucas Piton); Camacho (Janderson) e Cantillo; Pedrinho, Luan e Vagner Love (Gustagol); Boselli. T.: Tiago Nunes
GUARANÍ-PAR
Servio; Ramírez, García, Romaña (Maná), Báez e Guillermo Benítez; Morel, Florentín (Bobadilla) e Ángel Benítez; Redes e Fernando Fernández (Edgar Benítez). T.: Gustavo Costas
Estádio: Itaquerão, em São Paulo (SP)
Público e renda: 40.598 (40.327 pagantes); R$ 2.225.657,34
Árbitro: Nestor Pitana (ARG)
Assistentes: Juan Belatti e Julio Fernandez (ARG)
Cartões amarelos: Pedrinho, Cantillo, Camacho e Gil (COR), Báez, Romaña e Ángel Benítez (GUA)
Cartões vermelhos: Pedrinho (COR); Romaña (GUA)
Gols: Luan (COR), aos 9min, e Boselli (COR), aos 32min do 1º tempo; Fernández (GUA), aos 7min do 2º tempo
(DOL Conteúdo por FOLHAPRESS)