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Avanço das exportações mantém viés de alta do boi gordo

Indústria intensifica busca por boiadas para garantir os compromissos com importadores da carne brasileira

Nesta terça-feira (30/3), os preços do boi gordo voltaram a registrar novos aumentos em importantes praças pecuárias, sobretudo na região Norte do País, informa a IHS Markit.

Em São Paulo, a arroba segue estável, a R$ 314/@, preço bruto e a prazo, segundo dados da Scot Consultoria. Bovinos mais jovens, até quatro dentes, estão sendo negociados em até R$ 320/@, nas mesmas condições de pagamento. Ainda na praça paulista, a vaca e novilha gordas estão apregoadas em R$ 285/@ e R$ 303/@, respectivamente.

Os movimentos de alta da arroba continuam balizados pela maior atuação de frigoríficos exportadores, diz a IHS Markit. “A demanda externa pela carne bovina brasileira segue forte, ao mesmo tempo em que baixa oferta de animais terminados em todo o País reforça a necessidade da indústria em pagar mais pela arroba bovina”, observa a consultoria.

Em algumas regiões do País, unidades de abate conseguiram preencher as suas escalas ainda nesta semana, embora também tenham relatado que os carregamentos de animais terminados que aparecem no mercado ainda são pouco expressivos.

Conforme mencionado no início deste texto, os maiores movimentos de alta de preços do boi gordo foram registrados nas praças da região Norte do Brasil. No Pará, por exemplo, havia indústria que necessitava fechar a sua programação de abate desta semana para atender aos compromissos de exportações, informa a IHS Markit. Tal fator, associado ao avanço do dólar frente ao real, recolocou a ponta compradora no mercado, que, para garantir os negócios, ofertou preços melhores aos pecuaristas. Em Paragominas, PA, o boi terminado subiu para R$ 286/@, a prazo, de acordo com a IHS. Novas altas também foram observadas nos Estados de Tocantins e Rondônia.

Entre as praças da região Centro-Sul, o mercado do boi gordo segue firme, apesar da morosidade de negócios. No Mato Grosso do Sul, além dos compradores locais, indústrias de São Paulo estão elevando a atuação de compras na região, relata a IHS. O preço balcão na praça mato-grossense é R$ 300/@, mas há relatos de efetivações acima dependendo do tamanho e qualidade do lote, informa a consultoria. No Mato Grosso, também há compradores de fora do Estado.

Destaque para região de Cuiabá e Rondonópolis, com a forte presença de frigoríficos com foco em atender o mercado chinês. Nas demais praças do Brasil, o mercado segue com preços firmes, apesar da lateralidade das indicações de compra. “Há muita resistência em atuar num ambiente de forte especulação altista, sobretudo quando o foco de algumas indústrias frigorificas é o mercado doméstico, que ainda sofre os efeitos negativos gerados pelas políticas de restrição social em função da pandemia de Covid-19”, observa a IHS.

O abate de bovinos está reduzido, pois as indústrias buscam adequar a produção à demanda vigente na tentativa de evitar formação de estoques e mais aperto nas desgastadas margens, acrescenta consultoria.

No mercado atacadista da carne bovina, mais um dia de preços inalterados. Não há relatos de sobras de mercadoria, já que o abate de animais segue irregular, pondera a IHS. No entanto, o fluxo de comercialização ainda evolui de forma muito lenta entre as várias regiões do País, o que não permite espaço para novas altas nos preços dos principais cortes bovinos.

(DBO)

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