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PF investiga grupo criminoso que desviou R$ 4 milhões da Educação em cidade do Pará

Uma única empresa, beneficiada pelo esquema que desviou recursos do Fundeb de Almeirim, recebeu R$ 2,6 milhões em menos de um ano
Houve apreensão de uma quantia de dinheiro em espécie nos endereços investigados (Assessoria de Comunicação / Polícia Federal)

A Polícia Federal do Pará está investigando um grupo criminoso suspeito de desviar cerca de R$ 4,1 milhões em verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O caso prejudicou as verbas do município de Almeirim, no oeste do estado. Nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos na cidade, em órgãos públicos, empresas e endereços de pessoas físicas investigadas na operação “Autolykos”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17).

Pelas investigações, o grupo criminoso criou uma rede que envolvia servidores públicos, empresários e agentes políticos da região. Os crimes vêm sendo praticados, como analisa a PF, desde 2018. Nesse esquema, uma única empresa já foi beneficiada com mais de R$ 2,6 milhões das verbas federais — entre maio e dezembro de 2019 — que compõem o repasse do Fundeb ao município, enquanto a educação de Almeirim não foi tão beneficiada com os recursos.

“A investigação apurou uma teia criminosa. Utilizavam-se de licitações fantasmas para angariar recursos, a pretexto de entregar materiais de construção para a reforma de escolas e creches do município, mas que nunca chegaram a ser entregues. O dinheiro era transferido diretamente da conta do Fundeb para as contas das empresas envolvidas e, depois, repassado para as pessoas físicas que detinham algum tipo de participação no esquema criminoso”, explica a PF do Pará, em nota.

Sem nunca ter devolvido qualquer obra ou benefício para o município, a empresa que recebeu R$ 2,6 milhões tinha total confiança de agentes públicos envolvidos no esquema, como aponta a PF do Pará. Os pagamentos foram feitos com muita agilidade e com confirmação de que todos os materiais e serviços foram entregues no prazo. As investigações provaram o contrário.

A operação envolveu 16 policiais federais do Pará e do Amapá. Os crimes investigados no pela operação “Autolykos” são corrupção passiva, corrupção ativa, peculato e fraude em licitação. Somadas, as penas dos envolvidos que tiverem as responsabilidades identificadas, ultrapassam 30 anos de prisão. Num dos endereços investigados, houve apreensão de dinheiro em espécie.

“O nome da operação remonta ao personagem da mitologia grega Autolykos, filho do deus Hermes e de Quíone, tido como o mais formidável ladino, obtendo grandes façanhas, como roubar o próprio Zeus”, conclui a PF. As investigações seguem e podem ter novos desdobramentos.

(O Liberal)

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