Consórcio de pesquisa em biodiversidade retoma atividades em campo no Pará
Após dois anos, equipe faz a primeira visita exploratória de retomada dos trabalhos e comemora os resultados obtidos durante a pandemia
Pouco mais de dois anos depois da última pesquisa em campo, a equipe do Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil – Noruega (BRC na sigla em inglês) retornou aos trabalhos em campo em 2022. Seguindo todos os protocolos de saúde e segurança contra a covid-19, uma equipe de cinco pesquisadores passou uma semana na Hydro Paragominas em visita de reconhecimento da área.
Os pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) atuaram em seis pontos nos igarapés Parariquara e Cachoeirinha, que fazem parte da sub-bacia rio Potiritá, da bacia do rio Capim. O objetivo é analisar ecossistemas aquáticos e a interação entre peixes e moluscos bivalves. “Nós listamos alguns bioindicadores de qualidade ambiental, como aspectos reprodutivos e alimentares de peixes ou a musculatura dos animais, para avaliar se há alguma interferência do entorno neste ecossistema”, explica o professor Bruno Prudente, um dos integrantes da equipe.
Os pesquisadores comemoram a possibilidade de retornar a campo para a visita exploratória. O objetivo é retornar bimestralmente para seguir com a pesquisa após definição de uma lista prévia das espécies que podem ser potenciais bioindicadores e os métodos que serão utilizados. “Esta primeira visita foi de fato uma retomada para analisarmos logística, acesso, equipamentos necessários, além de avaliar se há outras espécies neste período, tendo em vista que as visitas anteriores foram em período de estiagem”, reforça Bruno.
Para a professora Rossineide Rocha, coordenadora da equipe, o retorno às atividades de campo é uma grande alegria: “Temos um compromisso com a universidade e as atividades do BRC. Então, dar esse primeiro pontapé foi essencial. Nosso projeto é novo, portanto, não tivemos atividade na mina em nenhum momento, estávamos ansiosos para começar esse trabalho em campo”.
Pesquisa em isolamento
Ainda que os pesquisadores não pudessem ir a campo, nos dois anos em quarentena o BRC prosseguiu com suas ações. “A equipe não ficou parada. Utilizamos estes dois anos para atuar em outras frentes como o fortalecimento da comunicação entre as partes envolvidas do consórcio, realização de eventos e seminários em plataformas virtuais, trabalhar em metodologias, entre outros tópicos”, explica Rafael Assis, coordenador do Consórcio BRC.
Em 2020 e 2021, houve um número considerável de publicações em revistas científicas, com mais de 30 artigos publicados ou aceitos para publicação. Houve ainda o desenvolvimento do Plano Estratégico do consórcio e aumento significativo no número de alunos apoiados pelo BRC, tanto para alunos de graduação quanto pós-graduação, destacando a importância do consórcio para as instituições envolvidas e para a ciência desenvolvida na região.
Ao final de 2021, já foram iniciados os preparativos para a retomada das atividades em campo. “Na universidade nós já estamos em um sistema híbrido, alternando entre o presencial e o on-line, e já estávamos frequentando os laboratórios. Embora fizéssemos muito por aqui, essa etapa da pesquisa em campo era necessária para os alunos conhecerem o material”, explica Zelia Maria Pimentel, professora do campus Bragança da UFPA. Durante o período em que a equipe não pôde ir a campo, os pesquisadores utilizaram ao máximo os dados da região que já estavam disponíveis, amostras que já haviam sido coletadas e mesmo planejar e testar hipóteses identificadas nos estudos que poderiam ser aplicadas na região.
(Ascom Hydro)