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Corpo de juíza é deixado por juiz na Divisão de Homicídios em Belém; polícia investiga o caso

Monica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira teria sido encontrada morta no estacionamento do prédio onde o casal residia. O companheiro dela, o juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, foi quem levou o corpo à polícia
A juíza estava dentro do carro, que foi levado pelo companheiro até a Divisão de Homicídios. A Polícia Científica do Pará foi acionada para analisar o veículo e o corpo da magistrada. (João Paulo Jussara / O Liberal)

O corpo da juíza Monica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira foi deixado, na manhã desta terça-feira (17), na Divisão de Homicídios da Polícia Civil de Belém, no bairro de São Brás. O companheiro dela, o também juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, foi quem a levou. O corpo da juíza tinha um ferimento por arma de fogo.

Segundo fontes policiais ouvidas pela redação integrada de O Liberal, João Augusto Figueiredo disse, em sua versão preliminar dada à polícia, que a juíza Monica Andrade teria supostamente cometido suicídio dentro de um veículo pertencente ao juiz, na garagem do prédio onde ele reside, no edifício Rio Miño, em Nazaré. João mesmo dirigiu até a unidade policial. A versão dada pelo juíz ainda é investigada pela polícia.

Depoimento do juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior

O juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior presta depoimento na própria Divisão de Homocídios da Polícia Civil do Pará neste momento. Segundo sua versão, ele e a magistrada Monica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira tinham um relacionamento amoroso. Segundo apurou preliminarmente a redação integrada de O Liberal, a magistrada não mora em Belém e estaria passando alguns dias na cidade.

João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior é juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Belém, ligada ao Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA).

A Polícia Civil investiga o caso. A redação Integrada de O Liberal entrou em contato com Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) e Associação dos Magistrados do Estado do Pará para ter posições e maiores informações sobre o ocorrido e aguarda um posicionamento.

Quem era a juíza Mônica Maria de Andrade Figueiredo de Oliveira

Monica tinha dois filhos, um adulto e uma adolescente, do primeiro casamento. Ela casou-se em julho de 2021, com o também juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Belém. Segundo um familiar da vítima, que concedeu entrevista com exclusividade à reportagem de O Liberal. a magistrada era uma “talentosa juíza, cheia de vida”, seus parentes estão abalados com a notícia de seu falecimento.

Onde foi o local da morte da juíza Mônica Andrade

O juiz João Augusto declarou em depoimento registrado no Boletim de Ocorrência que encontrou o corpo da esposa dentro do carro dele, no estacioamento do Edifício Rio Miño, no bairro de Nazaré, em Belém. No entanto, Anderson Souza Alves, gerente do condomínio Rio Miño, afirma que o juiz João Augusto não mora no prédio há pelo menos cinco anos. E nunca viu ou ouviu falar da juíza Monica. Em entrevista por telefone à Redação Integrada de O Liberal, ele informou que conversou com os porteiros e moradores. Não houve nenhum registro de entrada ou saída de ambos, nem mesmo como convidados ou moradores. Também não houve qualquer ocorrência notada, como barulhos estranhos, brigas, muito menos o barulho de um tiro.

No BO, além de apontar o residencial como local da morte da juíza Monica, o juiz deu esse endereço como o de residência dele. O administrador Anderson reforçou que desconhece que o magistrado ainda mantenha um apartamento no prédio. A Polícia Civil do Pará investiga o caso.

Relembre outros juízes mortos, tanto no Pará, como em outros estados do Brasil

Juiz encontrado morto no Pará

No sudoeste do Pará, o juiz substituto João Francisco Domingues Silva, da Vara de Medicilândia, foi encontrado morto, com uma perfuração de bala no rosto, no Fórum do município, no dia 19 de novembro de 2009. Ele estava dentro do gabinete, onde também foi encontrada uma arma.

Juíza assassinada na véspera do Natal

A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, foi morta na frente das três filhas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 2020.
A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, foi morta na frente das três filhas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 2020. (Reprodução)

A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, foi morta na frente das três filhas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 2020. Ela foi assassinada pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi.

De acordo com o laudo cadavérico e depoimento das testemunhas, a juíza foi esfaqueada, caiu no chão e o engenheiro continuou com os golpes. O crime ocorreu quando Viviane foi com as filhas encontrar o ex-marido. As meninas iam passar o Natal com o pai. Ele marcou um ponto de encontro em uma rua pouco movimentada do município. Quando Viviane saiu do carro, levou o primeiro golpe de faca. Ao todo foram 16 facadas e a juíza morreu na hora. A Justiça do Rio de Janeiro decidiu que o ex-marido iria a júri popular.

Assassinato de advogado mineiro no Pará

Gabriel atuar na defesa de posseiros que lutavam pelas terras e famílias pobres vítimas de violação de direitos
Gabriel atuar na defesa de posseiros que lutavam pelas terras e famílias pobres vítimas de violação de direitos (Reprodução / Abrapo)

No dia 18 de julho de 1982, em Marabá, no sudeste Paraense, o advogado mineiro, Gabriel Sales Pimenta, foi morto com três tiros nas costas pelo pistoleiro Crescêncio Oliveira de Souza. O magistrado era defensor dos direitos dos trabalhadores rurais e humanos.

Anos mais tarde, três dos acusados de envolvimento no crime morreram, foram eles: o pistoleiro Antônio Vieira de Araújo, “Ouriçado” assassinado no dia 11 de maio de 1984, antes que prestasse novos esclarecimentos solicitados pelo Ministério Público; Crescêncio também foi morto em circunstâncias que indicavam a prática de “queima de arquivo”; outra pessoa assassinada foi o “Marinheiro”, em 1º de agosto de 1999, em condições ainda não esclarecidas.

(O Liberal)

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