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Polícia Civil prende foragido número 1 do Rio Grande do Sul em praia carioca

Preso era procurado pela Interpol e estava escondido em Orlando, na Flórida, desde o início de 2022
Preso chegou ontem à noite ao estado – Foto: Alexandre Nervo

A Polícia Civil localizou e prendeu o foragido número 1 do estado nesta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, durante a Operação Blindspot. Por meio da 3a Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o alvo foi capturado num restaurante de alto padrão numa praia da Barra da Tijuca e transportado ainda ontem de volta ao Rio Grande do Sul por meio do avião da Polícia Civil.

O preso, que desde o início do ano passado estava escondido em Orlando, na Flórida, havia voltado ao país há 7 dias, quando foi identificado por agências de inteligência. A equipe de investigação do Denarc conseguiu  identificar o condomínio de luxo em que ele estava escondido, na zona leste da cidade do Rio de Janeiro.

Segundo o Delegado Gabriel Borges, responsável pela operação, o investigado começou no mundo do crime há pouco mais de uma década, praticando estelionatos e se aproximando de grandes lideranças em razão de vínculos parentais.

Pelo seu conhecimento e articulação, rapidamente ascendeu no mundo do crime. Passou a operar também outros crimes patrimoniais e atuar na lavagem de dinheiro por meio da utilização de pedras preciosas.

O investigado era piloto de corrida automobilística e piloto de aeronaves, e com isso ingressou no esquema de tráfico internacional de drogas, principalmente no transporte de cocaína de países produtores, como Peru e Bolívia, ao estado do Rio Grande do Sul.

No ano de 2021, ele foi alvo de uma investigação do Denarc, sendo preso por operar aeronaves que traziam cocaína ao estado. Além disso, houve o sequestro judicial de uma dessas aeronaves.

Já no ano de 2022, o investigado foi um dos principais alvos da operação Kraken, deflagrada pela 1a Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, em que mais de 1.300 policiais comprimiram 1.368 ordens judiciais contra a maior organização criminosa do Sul do país, na qual o investigado exerce papel de liderança.

Nessa investigação foi possível apurar que ele coordenava o esquema logístico de distribuição de cocaína via aérea no estado do Rio Grande do Sul, além de transportar e traficar armas de fogo de guerra, como metralhadoras .50 com capacidade de derrubar aeronaves.

A investigação apurou que o alvo utilizava rotas e pistas clandestinas para a remessa da cocaína, fazendo até mesmo sobrevoos com aeronaves carregadas com cocaína em cima de casas prisionais, como a Penitenciária Estadual do Jacui.

Em razão dessa investigação, em que houve o sequestro judicial de 38 imóveis e 115 veículos, também foram sequestradas judicialmente duas aeronaves utilizadas pelo alvo no transporte de drogas.

Esse mesmo investigado operava um grande esquema de lavagem de dinheiro com a utilização de pedras preciosas, buscando por vezes diamantes e esmeraldas na Europa e na Índia.

Também foi possível apurar a conexão do alvo com o Cartel Mexicano de Sinaloa, em que um dos seus contatos transportava cocaína pela América do Sul e Central com a utilização de um submarino.

Na ocasião da deflagração da operação Kraken em abril de 2022, o alvo obteve uma ordem judicial de soltura da operação anterior do Denarc e logrou êxito em fugir do país.

O acompanhamento constante do alvo apurou que ele fugiu para os Estados Unidos da América, montando sua base logística em Orlando/Flórida.

No exterior o alvo se aliou a um americano e montou uma empresa de aluguéis de veículos na Flórida, utilizada para lavagem de dinheiro.

Lá, levava uma vida de alto luxo, fazendo viagens em barcos de alto padrão e frequentando locais de encontro de celebridades.

Com a ramificação de seus contatos e aumento da base logística, o alvo aumentou de forma exponencial sua capacidade operacional, sendo que atualmente dominava a rota de tráfico aéreo de drogas no Estado do Rio Grande do Sul, introduzindo mais de 400kg de cocaína por semana no estado.

Com alta capacidade financeira o investigado passou a integrar a cúpula do grupo criminoso, sendo inserido, recentemente, no alerta vermelho da Interpol, que permite que criminosos de repercussão internacional sejam capturados no exterior.

Em novembro de 2022, o acusado foi avistado num aeroporto fora do Brasil, já com seu alerta na difusão vermelha da Interpol, mas percebeu que estava sendo monitorado e fugiu pelo aeroporto, abandonando suas malas e não sendo mais localizado.

Já em dezembro de 2022, o acusado foi localizado e abordado em um barco de luxo na Guiana, com mais três brasileiros. Por circunstâncias ainda desconhecidas, o investigado conseguiu, mais uma vez, fugir das autoridades, vindo a se refugiar num país da América Central.

(PC Rio Grande do Sul)

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