Pará registrou 50 casos de câncer cerebral em 2022; maio é mês de conscientização sobre a doença
Os registros acendem alerta em relação à doença por causa de seu alto índice de letalidade; de 11 mil casos diagnosticados no Brasil, 9 mil são fatais
Em 2022, o Pará diagnosticou 50 casos de câncer cerebral. Apesar da queda em relação aos anos anteriores, os registros acendem alerta em relação à doença por causa de seu alto índice de letalidade. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil apresenta cerca de 11 mil casos de câncer de cérebro todos os anos; destes, cerca de 9 mil são fatais, correspondendo a mais de 80% dos atingidos. No mês de maio, a campanha “Maio Cinza” visa conscientizar sobre a doença.
De acordo com o neurocirurgião Pedro Henrique Chaves, especialista em neurocirurgia geral e oncológica, que atende no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, e no Hospital Regional Público do Leste, em Paragominas, os tumores cerebrais são de difícil diagnóstico em fases iniciais, já que apresentam sintomas considerados comuns, como: cefaleia (dor de cabeça); vômitos; crises convulsivas; alterações de comportamento; perda de equilíbrio e coordenação motora; perda de força; modificações no humor, na fala ou na memória; sonolência; e coma. “É muito importante procurar o médico para uma avaliação mais aprofundada caso o paciente apresente algum dos sintomas citados”, alerta o médico.
Segundo o especialista, o tumor mais comum em incidência é o meningioma (tumor das células da meninge aracnóide), seguido de perto por tumores malignos como o Astrocitoma grau 4, conhecido como glioblastoma, um tumor muito agressivo, que cresce e se espalha rapidamente. O neurocirurgião afirma, porém, que nem todo o tumor cerebral é câncer. “Alguns apresentam características infiltrativas no tecido cerebral. Outros causam problema pela compressão direta, um efeito de massa. Mas todos devem ser avaliados, tendo sua terapia orientada por uma equipe multidisciplinar.”, explica.
Fatores de riscos
No adulto, os ricos de câncer de cerébro aumentam com a idade, tendo um pico entre os 65 e 75 anos de idade. “De maneira geral, as causas diretas dos tumores cerebrais ainda são desconhecidas, apesar de alguns fatores genéticos contribuírem, como é o caso da neurofibromatose, conhecida como doença de von Recklinghausen, que é um conjunto de doenças genéticas que afetam a pele e o sistema neurológico”, explica o médico.
Outros fatores que aumentam o risco são: deficiência do sistema imunológico, como a provocada pelo HIV; fatores ocupacionais como a exposição a arsênico, chumbo, mercúrio; o trabalho em empresa petroquímica, indústria de borracha, plástico, entre outras; e também na agricultura, devido à exposição a agrotóxicos.
Diagnóstico
O diagnóstico inicial do câncer cerebral é feito através de exames de imagem, como a tomografia e a ressonância magnética (RM) de crânio, podendo ser complementado através da angiografia cerebral, tomografia por emissão de pósitrons (PET) e ressonância magnética funcional de crânio.
Tratamento
O tratamento pode ser multimodal (uso simultâneo de diversas terapias de forma separada) a depender do caso. Com isso, o tratamento pode requerer, além da remoção neurocirúrgica da lesão, a quimioterapia e a radioterapia.
Sintomas
- Cefaleia (dor de cabeça);
- Vômitos;
- Crises convulsivas;
- Alterações de comportamento;
- Perda de equilíbrio e coordenação motora;
- Perda de força;
- Modificações no humor, na fala ou na memória;
- Sonolência;
- Coma
Incidência no Pará (Fonte: Sespa)
- 2020: 106 casos;
- 2021: 97 casos;
- 2022: 50 casos
(O Liberal)
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