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Exportações de madeira no Pará recuam 39% em 2023; cenário é incerto em 2024, avalia Aimex

Estado é o quarto maior exportador do produto do país, atrás do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Em meio à flutuação do câmbio e a conjuntura político-econômica global, o cenário neste ano quanto às exportações paraenses de madeira é incerto. O produto, antes comercializado a US$ 1,3 mil por tonelada (dezembro/2022), fechou o ano a US$ 877 (dezembro/2023), em um recuo de preço de 34%. Nesse período, as exportações totalizaram 242 mil/t, frente às 262 mil/t em 2022, representando uma redução de 19 mil/t e um impacto negativo de US$ 138 milhões. Na comparação entre 2022 e 2023, a retração nas exportações de madeira é de 39%.

Em meio à flutuação do câmbio e a conjuntura político-econômica global, o cenário neste ano quanto às exportações paraenses de madeira é incerto. O produto, antes comercializado a US$ 1,3 mil por tonelada (dezembro/2022), fechou o ano a US$ 877 (dezembro/2023), em um recuo de preço de 34%. Nesse período, as exportações totalizaram 242 mil/t, frente às 262 mil/t em 2022, representando uma redução de 19 mil/t e um impacto negativo de US$ 138 milhões. Na comparação entre 2022 e 2023, a retração nas exportações de madeira é de 39%.

Os dados, compilados e divulgados pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), com base no sistema Comex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), apontam que, apesar da queda, o Pará mantém sua posição como o maior exportador de madeira nativa do Brasil. Além disso, o estado é o quarto maior exportador de madeira do país, atrás apenas de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que têm sua produção baseada em madeira de reflorestamento.

Guilherme Carvalho, consultor técnico da Aimex, explica que diversos fatores contribuíram para o recuo das exportações paraenses de madeira no último ano. Os resquícios dos impactos causados pela pandemia da covid-19, a prolongada guerra entre Rússia e Ucrânia na Europa, o novo conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio, e os estoques de madeira formados devido aos altos níveis de compra anteriores são os principais impulsionadores dessa situação na avaliação do consultor da Aimex.

“Todo esse cenário instável que impacta diretamente na economia mundial, levou os bancos centrais, tanto dos Estados Unidos quanto dos países pertencentes à União Europeia – que são os principais compradores da madeira paraense -, a aumentarem as taxas de juros para controlar a inflação. Como consequência, isso restringiu diretamente o consumo, as compras de novas casas e reformas, e, consequentemente, demandou menos compras de móveis e produtos de madeira”, afirma Carvalho.

Estados Unidos e Europa são os destinos da madeira paraenseEm 2023, os Estados Unidos se manteve como principal parceiro comercial do Pará quanto à aquisição de produtos madeireiros do estado, respondendo por 30% do total comercializado naquele ano. Já a União Europeia, enquanto bloco econômico, liderou a lista, tendo seus países como principais destino das exportações paraenses, com cerca de 45% do total. A Aimex detalha que, para o continente europeu, os principais produtos enviados foram pisos, decks, tacos e frisos, além de madeira serrada.Apesar do cenário de retração e da instabilidade político-econômica dos principais destinos da madeira paraense, de acordo com a entidade representativa do setor, no ano de 2023 houveram bons indicadores, o principal deles foi o crescimento na exportação de madeira em tora da espécie teca, proveniente totalmente de áreas de reflorestamento. Esse item ficou atrás apenas de madeira perfilada e madeira serrada, com a Índia como principal destino, gerando um incremento de US$ 18 milhões nas exportações.Cenário é incerto em 2024Para o representante da Aimex, em 2024, o panorama é incerto.

“Os sinais de melhoria no controle da inflação no último trimestre de 2023 indicavam uma tendência de recuperação da economia nos primeiros meses de 2024. Entretanto, dados recentes mostram os juros avançando neste início de ano, deixando a incerteza de quando a autoridade monetária americana iniciará a redução dos juros, assim como o Banco Central Europeu afastou a expectativa de relaxamento monetário no curto prazo”, explica Carvalho.

Conforme revelam os dados disponibilizados pelo Comex (Sistema do Comércio Exterior), a tendência de queda nas exportações de madeira não foi exclusividade do Pará. Em nível nacional, o Brasil enfrentou uma redução de 27% no valor (US$ 3,4 bilhões) e 18,9% na quantidade exportada (7,7 milhões de toneladas). Diante desse cenário, todos os principais estados exportadores apresentaram recuo em suas exportações, o que, para Aimex, “evidencia a dificuldade enfrentada pelo setor madeireiro brasileiro”. Outro fator destacado pelo técnico da Aimex e que acrescenta uma camada de imprevisibilidade ao cenário das exportações é o conflito geopolítico no Oriente Médio. “Isto pode pressionar os contratos futuros de petróleo nos mercados internacionais, afetando a economia global e, consequentemente, a exportação de madeira. Se o conflito se espalhar para outros países daquela região e se estender por longo prazo, é grande a possibilidade de queda da inflação ficar prejudicada”, conclui Carvalho.

Exportação paraense de madeira (2022-2023)20222023
Madeira Valor exportadoUS$ 212.858.782 milhõesUS$ 351.190.197 milhões
Toneladas exportadas242.626 toneladas (t) 262.399 toneladas (t)
Principal compradorEstados Unidos Estados Unidos
Variação-39,39%76,18% 
Preço por tonelada:US$ 877 (dez/2023)US$ 1,3 mil  (dez/2022)
Fonte: Comex/MDIC, Balanço Aimex; e Análise e divulgação dos dados do Sistema Comex Stat/ME – CIN/FIEPA

(O Liberal)

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