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Estudo da Fapespa mostra produção vegetal paraense acima da média nacional

O Boletim Agropecuário do Estado do Pará destaca o aumento nas produções de mandioca, dendê e açaí, que lideram o ranking brasileiro

As peculiaridades climáticas da Amazônia, somadas aos aspectos regionais, à expertise dos produtores locais e à gestão de recursos compõem o conjunto ideal para manter o Pará como potência econômica nacional e internacional. É o que aponta o “Boletim Agropecuário do Estado do Pará”, elaborado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a partir de uma análise criteriosa de dados públicos sobre produção vegetal e produção animal. Na agricultura, o Boletim evidencia que o Pará está no topo da produção nacional de mandioca, dendê e açaí.

As peculiaridades climáticas da Amazônia, somadas aos aspectos regionais, à expertise dos produtores locais e à gestão de recursos compõem o conjunto ideal para manter o Pará como potência econômica nacional e internacional. É o que aponta o “Boletim Agropecuário do Estado do Pará”, elaborado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), a partir de uma análise criteriosa de dados públicos sobre produção vegetal e produção animal. Na agricultura, o Boletim evidencia que o Pará está no topo da produção nacional de mandioca, dendê e açaí.

O estudo traz um panorama conjuntural das atividades de agricultura e de seus principais produtos, utilizando indicadores da produção pecuária, pesqueira, agrícola, do extrativismo e da silvicultura, do contexto do mercado de trabalho do setor, do panorama do crédito rural e das suas exportações. Muitos dos indicadores ultrapassam a média brasileira, posicionando o Pará em um elevado patamar nacional, atesta o Boletim sob responsabilidade da Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac).

Potencial – Para Marcio Ponte, diretor da Diepsac, os levantamentos confirmam o alto potencial econômico do setor agropecuário, impulsionado pelas características únicas da Amazônia. “No portfólio de culturas produzidas em solo paraense estão açaí, soja, cacau, milho, abacaxi, pimenta-do-reino, produção animal e outros produtos de uma extensa lista. Os aspectos da região atrelados a uma produção continuamente otimizada, fazem do Estado uma potência, tanto no atributo agroexportador, quanto na capacidade de abastecimento interno. Isso garante êxito à economia local e se torna um importante agente para a segurança alimentar não só do Pará, mas do País”, frisou.

Os índices evidenciam que a produção paraense está bem acima da média nacional, incluindo banana, abacaxi e coco da Bahia. O valor da produção da agricultura paraense cresceu em média 7% ao ano em 22 anos, atingindo o pico em 2022, com valor de R$ 24,3 bilhões na produção agrícola. Paragominas, no sudeste paraense, foi o município mais representativo do Estado, com 8,1% de participação, seguido por Igarapé-Miri, no Baixo Tocantins, com 6,7%, e Santana do Araguaia, no Sul, com 5,9%. Neste último município, a atividade agrícola foi a que mais cresceu em um ano, com saldo positivo de 64,5%.

Produção vegetal – A atividade agrícola pode ser definida como o cultivo do solo de lavouras para produção de alimentos de consumo humano, como legumes, cereais, frutas e verduras, ou para serem convertidos em insumos no setor industrial. No modelo de lavoura permanente, a taxa de produtividade atingiu o rendimento de 8,65 ton/ha no último ano da série, com geração de R$ 11,1 bilhões de valor para o Pará.

Em 2022, cinco culturas representaram cerca de 94% do valor total gerado no Estado: o açaí, que contribuiu sozinho com mais da metade do valor da produção estadual (53,6%); seguido pelas culturas do cacau (17,2%), dendê (10,9%); banana (8,1%) e pimenta-do-reino (4,3%). 

Já na lavoura temporária, a taxa de produtividade do Estado foi 5,95 ton/ha em 2022, com geração de R$ 13,3 bilhões de valor em 2022. Destaque para a soja, que contribuiu com mais da metade do resultado da lavoura temporária, com 56,2% de participação do valor estadual, seguida pelas culturas da mandioca (23,8%); milho (11,7%); abacaxi (3,9%) e arroz (1,3%).

Mais crescimento – O extrativismo, referente à intervenção humana nos extratos naturais disponíveis nos diversos ecossistemas, apresentou crescimento nos segmentos madeireiro e não madeireiro. De 2021 a 2022, a alta foi de 33,8% e 6,4%, respectivamente.

Já a silvicultura, uma atividade baseada na domesticação dos recursos, voltada ao cultivo de florestas, seguiu tendência de crescimento entre os anos de 2000 e 2022, saltando de 1,6 milhão de metros cúbicos (m³) para 3,4 milhões de m³ de floresta plantada. No último ano da série, o crescimento foi de 24,6%.

Empregos – O mercado de trabalho é uma dimensão fundamental para a avaliação da capacidade de um setor em gerar emprego e renda. Assim, o Boletim aponta para um mercado agropecuário paraense aquecido. Em 2022, dos 8,4 milhões de pessoas ocupadas no setor agropecuário brasileiro, 571 mil são da agricultura paraense. Na série histórica de 2002 a 2021, a variação do emprego formal no Pará atingiu significativos 212,2%, o que representou um acréscimo de 36 mil vínculos de trabalho.

No espectro municipal para o setor agropecuário, o município de Tailândia, na região Sudeste, foi o que registrou a maior participação no total de vínculos formais gerados (8,7%) e a maior variação positiva (29,9%), seguido por Moju, no Nordeste, e Santa Izabel do Pará (Região Metropolitana de Belém), com participações de 8,3% e 6,6%, respectivamente. As atividades que mais empregam formalmente são de criação de bovino para corte (38,2%), cultivo de dendê (20,2%) e criação de frangos para corte (7,1%).

Exportações – Por ser um país com tradição agroexportadora, esses dados influenciam na composição do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. No ano de 2022, fatores externos tornaram o período positivo para a balança comercial agropecuária do Brasil,. O País alcançou 152,1 milhões de toneladas em produtos agropecuários exportados, representando crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior.

E o Pará, por sua vez, exportou 4,1 milhões de toneladas, aumentando esse quantitativo em 50,3% em relação a 2021, bem acima da média nacional. O município de Paragominas registrou o maior crescimento, com 86,7%, alcançando participação de 25% da exportação agropecuária paraense. Na série histórica, o saldo também é positivo: entre os anos 2000 e 2022, o Pará cresceu 414,8% na exportação.

As maiores exportações em 2022 foram do segmento vegetal, caracterizando 90% de todo o quantitativo, seguido da exportação de madeira (6%), animais vivos e produtos do reino animal (4%), e gorduras e óleos animais e vegetais (0,02%). A soja e o milho continuam se destacando como as bases da matriz de exportação paraense em relação ao volume destinado à comercialização externa.

A soja participou com 64,2% do total de volume exportado, obtendo crescimento de 23,6% em um ano. O milho apresentou importante variação de 209,9%, entre 2020 e 2021, registrando participação de 31,9%. As duas culturas são hoje essenciais para a balança comercial paraense, no recorte agropecuário, sobretudo nos municípios de Paragominas, Santarém (no Oeste) e Santana do Araguaia.

“Definitivamente, o agronegócio é uma das grandes vocações do Pará. Esse estudo da Fapespa confirma o que a ciência e a tecnologia já vêm desenvolvendo ao longo dos últimos 50 anos com o incremento da produção paraense. O governador Helder Barbalho é muito claro ao dizer que nós não precisamos avançar sobre a floresta; nós precisamos investir em ciência e tecnologia para transformar a nossa produção em uma produção ainda mais intensiva, ainda mais social e ambientalmente favorável à região amazônica. É isso que esse relatório mostra, que estamos nesse caminho, e certamente nos próximos anos poderemos reflorestar parte das nossas áreas, porque a nossa produção será ainda muito mais intensiva e muito mais qualificada”, avaliou o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

 (FAPESPA)

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