Estudo revela ligação entre erros cromossomicos e abortos em éguas
Um estudo concluiu que existe uma conexão entre erros cromossómicos e abortos espontâneos em éguas, avançando que os resultados agora obtidos podem ajudar a identificar e reduzir o aborto espontâneo em mulheres.
A equipe de investigação analisou 256 amostras entre 2013 e 2023, observando que a maioria das complicações na gravidez equina se deviam à presença de um conjunto extra de cromossomas, nomeadamente a nível de triploidia, que foi a condição mais detectada (42%). Outras anormalidades identificadas incluíram trissomia e monossomia em quase 12% das gestações.
A análise, da responsabilidade de investigadores do Royal Veterinary College (RVC) e de uma equipe da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos da América (EUA), avançou que os resultados obtidos significam que, a partir de agora, é possível considerar as potenciais causas das perdas de gravidez equina precoce em 60% a 70% (anteriormente esse número situava-se nos 20% a 30%.
“Isto pode ajudar a informar os médicos veterinários especializados na área, permitindo-lhes melhor monitorizar as perdas de gravidez das éguas e fazer um diagnóstico que esclareça o tutor sobre a perda, assim como informar sobre um possível tratamento clínico para uma próxima gravidez. Além disso, também ajuda a criar mecanismos relacionados com tratamentos futuros que previnam abortos em equinos fêmeas”, explicam os investigadores.
Embora as anormalidades cromossómicas sejam amplamente reconhecidas como um fator comum para um aborto espontâneo em mulheres, sendo responsável por até 82% das perdas de gravidez, existem relatos limitados e insuficientes em outras espécies, salientam os cientistas.
“Devido às semelhanças entre as estruturas cromossómicas humanas e em éguas, cuidados ginecológicos, duração da gestação e desenvolvimento embrionário inicial, esta análise vem assim apoiar o estudo desta situação em cavalos como um novo modelo para estudar o aborto espontâneo em mulheres, particularmente devido a anormalidades cromossómicas”, sublinham os investigadores.
(Veterinária Atual – Foto: Reprodução/Istock)
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