Sou Agro – Boiada segue na toada e vai ganhando R$ 1 por arroba/dia
O motivo? Falta gado pronto neste período final de safra embalada pelo bom desempenho das exportações
Seguindo a mesma toada desde o início da semana, os preços do boi gordo registram, novamente, valorizações em algumas praças importantes na pecuária de corte, como em São Paulo. Nos balcões de negócios paulista, o animal terminado vale agora R$ 204/@, a prazo, um avanço de R$ 4/@ sobre o valor registrado na sexta-feira da semana passada, 22 de maio, de acordo com dados da Informe Economics FNP.
O principal motivo para o movimento altistas da arroba é a enorme escassez de boiada pronta neste período final de safra, marcado sobretudo pelo processo natural de deterioração das pastagens ocasionado pela chegada do frio e a falta de chuvas em grande parte das regiões pecuárias do País.
Há algumas exceções, como nas áreas pecuárias do Norte, que continuam recebem bons volumes de chuvas, mantendo os pastos ainda verdes – o que motiva a estratégia de retenção da boiada na fazenda, com o intuito de pressionar a indústria compradora a pagar preços ainda mais altos pela arroba. No Centro-Oeste também voltou a chover em algumas regiões, como em áreas do Mato Grosso, onde também foi possível segurar a boiada no campo – e, com isso, “apertar” os frigoríficos compradores.
“A boiada gorda terminada parece se esgotar, ao passo que os animais provindos do confinamento ainda não estão prontos para o abater”, destaca a FNP.
Um outro importante fator de sustentação para os preços do boi gordo é o ritmo consistente de embarques de carne bovina, principalmente para a China, o principal cliente dos frigoríficos brasileiros. “Há, nas regiões com maior representatividade das exportações, uma grande procura por animais que atendam aos requisitos internacionais e pagam-se spreads altos pela arroba destes”, observa a consultoria FNP, referindo-se sobretudo ao ágio de até R$ 15/@ oferecidos aos animais com padrão China – basicamente com idade de abate de até 30 meses.
No mercado doméstico, porém, o consumo e procura por cortes bovinos segue restrito, embora sem espaço para ajustes negativos na carne bovina. “Enquanto o preço de carnes concorrentes, principalmente a suína, tem apresentado quedas, o menor abate de boiada nos frigoríficos tem sustentado as cotações na ponta consumidora”, avalia a consultoria. No entanto, prevê a FNP, a atual sinalização de retomada das atividades em alguns centros urbanos e a entrada de salários no início de junho devem promover um certo aumento no consumo da proteína animal.
Giro pelas demais praças
No Tocantins, a umidade consistente na região mantém os pastos em boa qualidade e os pecuaristas conseguem especular valores mais altos na arroba, retendo o gado terminado nas propriedades, de acordo com a FNP.
No Mato Grosso, poucos negócios foram efetivados nesta quinta-feira. Não há grande disponibilidade de boiada gorda no mercado de MT e, ao mesmo tempo, a maior parte das indústrias do Estado ainda limita suas compras, com receio de que a inconsistência no escoamento de carne provoque excedente de oferta nas câmaras frigoríficas. “As poucas compras de boiadas realizadas neste quinta-feira foram feitas a valores maiores”, relata a FNP.
No Mato Grosso do Sul, com o registro de chuvas nas últimas semanas, os pecuaristas conseguiram represar os animais e negociar lotes a preços mais altos.
Em Minas Gerais, a baixa quantidade de lotes oferecidos no mercado deu suporte para altas nos preços do gado terminado, revela a FNP. Na Bahia, a arroba se valorizou nesta quinta-feira devido à uma atuação relativamente maior dos frigoríficos que buscavam preencher as escalas de abate.
Confira as cotações desta sexta-feira, 28 de maio, de acordo com a FNP:
SP-Noroeste: R$ 203/@ a (prazo)
MS-Dourados: R$ 181/@ (à vista)
MS-C. Grande: R$ 182/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: R$ 181/@ (prazo)
MT-Cáceres: R$ 175/@ (prazo)
MT-Tangará: R$ 176/@ (prazo)
MT-B. Garças: R$ 174/@ (prazo)
MT-Cuiabá: R$ 174/@ (à vista)
MT-Colíder: R$ 171/@ (à vista)
GO-Goiânia: R$ 185/@ (prazo)
GO-Sul: R$ 182/@ (prazo)
PR-Maringá: R$ 176/@ (à vista)
MG-Triângulo: R$ 194/@ (prazo)
MG-B.H.: R$ 185/@ (prazo)
BA-F. Santana: R$ 188/@ (à vista)
RS-P.Alegre: R$ 188/@ (à vista)
RS-Fronteira: R$ 186/@ (à vista)
PA-Marabá: R$ 190/@ (prazo)
PA-Redenção: R$ 187/@ (prazo)
PA-Paragominas: R$ 192/@ (prazo)
TO-Araguaína: R$ 184/@ (prazo)
TO-Gurupi: R$ 183/@ (à vista)
RO-Cacoal: R$ 177/@ (à vista)
RJ-Campos: R$ 180/@ (prazo)
MA-Açailândia: R$ 180/@ (à vista)