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III Intercâmbio de Jovens Indígenas reúne 13 etnias do DSEI-Guatoc

Mais de 300 jovens indígenas participaram, entre os dias 07 e 09 de agosto, do III Intercâmbio de Jovens Indígenas na aldeia Barreirinha, do povo Amanayé, no município de Paragominas, no Estado do Pará. O evento foi promovido pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde (MS), por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins (DSEI-Guatoc), com apoio da Aldeia Barreirinha, governo estadual e prefeituras de Paragominas e Tucuruí.

Foto: Bruno Passos – DSEI GUATOC

III Intercâmbio de Jovens Indígenas do DSEI Guatoc.

III Intercâmbio de Jovens Indígenas do DSEI Guatoc.

Os jovens vieram de aldeias de todos os nove polos base que integram o Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins (DSEI-Guatoc), representando 13 etnias: Aikewara, Amanayé, Assurini, Borari, Gavião, Guajajara, Kaapor, Kaxuhiana, Mundurucu, Suruí, Tembé, Timbira, Tupinambá e Wai Wai. No encontro, os jovens trocaram saberes e experiências, debateram diversos temas e participaram de atividades esportivas e culturais.

Realizado pelo DSEI-Guatoc como parte das estratégias do Programa Bem Viver, o III Intercâmbio de Jovens Indígenas foi idealizado por grupos de jovens participantes de projetos e oficinas promovidas pelo DSEI nas aldeias. Entre os objetivos do evento, destacam-se o fortalecimento da integração entre jovens de diferentes etnias, o estabelecimento de vínculos, a valorização das culturas de cada povo e a promoção da saúde por meio do estímulo à autonomia e ao protagonismo dos coletivos de jovens.

A programação envolveu discussões sobre temas caros à saúde indígena, como a importância da medicina tradicional indígena, o uso de ervas medicinais, a gestão de resíduos sólidos e a promoção da saúde mental e do bem viver nas aldeias, incluindo as questões relacionadas ao uso de álcool e outras drogas e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Houve também diversas atividades esportivas e culturais, com destaque para a apresentação de peças de teatro produzidas ao longo do ano por grupos formados pelos próprios jovens indígenas em suas aldeias. As peças abordaram desde temas mitológicos dos povos participantes até problemas contemporâneos em debate nas aldeias, como a violência contra a mulher e contra a população LGBT.

“Participar desse Intercâmbio foi uma experiência única, porque a gente teve contato com indígenas de outras etnias que nunca tinha escutado falar, não sabia qual era o lugar de origem deles, e a gente pôde ter esse contato e dividir experiências”, disse a jovem Maria Borari, que veio de Santarém, da aldeia Curucuruí. “E essa experiência eu vou poder levar pra minha aldeia e conversar junto com os outros jovens, de forma que a gente possa fazer projetos parecidos”, completou.

Ao final do evento, os jovens participantes apresentaram uma carta com recomendações de políticas para a juventude indígena, entre elas a garantia da realização anual do intercâmbio. Como sede para a próxima edição, ficou indicada a aldeia Trocará, do povo Assurini, no município de Tucuruí.

Programa Bem Viver

O Programa Bem Viver é a estratégia local do DSEI-Guatoc para a implementação do Programa de Saúde Mental Indígena da SESAI. Tem entre seus objetivos promover a autonomia e o protagonismo da pessoa indígena e de suas comunidades para identificar problemas, mobilizar recursos e criar alternativas para a construção compartilhada de soluções para suas necessidades, de acordo com as diretrizes da Portaria GM/MS nº 2.759, de 25 de outubro de 2007.

Sediado em Belém, capital paraense, o DSEI-Guatoc é responsável pela assistência em saúde a 14.111 indígenas de 38 etnias, distribuídos em 159 aldeias. Além da sede, o DSEI conta com 09 polos-base, todos localizados em municípios paraenses, porém abrangendo parte do Estado do Maranhão. O DSEI conta ainda com 05 Casas de Saúde Indígena (CASAI).

Comunicação / SESAI – DSEI-Guatoc

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