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Polícia ouve psiquiatra que prescrevia remédios a pacientes de clínica clandestina no Pará

O médico disse que não sabia dos indícios de tortura e que atendia somente algumas das vítimas. Já o proprietário do imóvel disse que não sabia que funcionava uma clínica no local.

Por G1 PA

Polícia ouve médico que receitava medicamentos em clínica clandestina na Grande Belém

Os pacientes da clínica clandestina eram mantidos acorrentados e denunciaram os maus-tratos. A Polícia identificou o médico no sábado(22). No dia anterior, duas pessoas que administravam a clínica e dois funcionários foram presos, após a Polícia receber um bilhete pedindo ajuda – “Socorro polícia”, dizia. Os presos devem responder por tortura, cárcere privado e associação criminosa.

Segundo a polícia, as famílias pagavam de R$500 a R$1500 para internar os dependentes e não tinham conhecimento do tipo de tratamentos dados.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Claudilene Maia, o médico compareceu espontaneamente na delegacia e disse também afirmou que não foi contratado pelos acusados.

“Segundo ele, era contratado por alguns pacientes, de quem recebia honorários. Ele disse que não tinha acesso às dependências da clínica e nem sabia da situação dos pacientes. Ele desconhecia”, afirmou a delegada.

A Polícia ainda deve ouvir familiares de dois pacientes atendidos pelo psiquiatra.

Além do médico, o proprietário da casa onde funcionava a clínica relatou à Polícia que alugou o imóvel em novembro de 2017 para fins residenciais e que não sabia que era utilizado como clínica.

De acordo com a delegada Maia, o proprietário não tem nenhuma responsabilidade no caso e que ele confirmou quem administrava a clínica.

Polícia flagra clínica com suspeitas de tortura e cárcere em Benevides, no Pará

De acordo com a polícia, o imóvel onde fica a clínica funcionava como uma espécie de “casa de passagem”, onde os dependentes químicos, em um primeiro momento, eram recepcionados e passavam por tratamentos intensivos com uso de medicamentos e outros tratamentos.

Em um segundo momento, eles seriam levados a um sítio em Benevides, onde ficariam internados e passariam por outros tratamentos.

A casa é própria e funcionava irregularmente: o local não tem nome fantasia nem razão social (CNPJ). O imóvel ainda não foi interditado, pois neste primeiro momento a Polícia Civil está tratando da parte processual. Em um segundo momento, informou que vai tratar da possível interdição.

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