Comunidade de surdos debate dificuldades em Paragominas
A Organização Mundial de Saúde fez um alerta de que até o ano de 2050, cerca de 900 milhões de pessoas podem ter surdez.
No Brasil, estima-se que haja cerca de 10 milhões de surdos.
A Comunidade surda em Paragominas sofre com as dificuldades encontradas na vida cotidiana. A falta de profissionais que conheçam a linguagem de libras é uma das maiores limitações impostas a eles.
Os surdos encontram dificuldades em realizar as mais simples atividades diárias como, compras no comércio, receber atendimento na saúde e a devida assistência na educação.
O município de Paragominas disponibiliza um intérprete de libras para cada sala de aula que tenha um aluno surdo matriculado no ensino fundamental, porém o Estado não dispõe deste profissional da mesma forma no ensino médio. Isso tem causado transtornos para os alunos surdos e seus responsáveis que tem que travar batalhas judiciais para assegurar os direitos deles.
Uma das mães que enfrenta esse tipo de batalha é Márcia Cristina que desabafou:
‘Tive que entrar na justiça para assegurar o direito da minha filha a ter a presença de um intérprete em sala. Ganhamos a causa e o Estado contratou interprete e, graças a Deus, minha filha não ficou sem, mas esse ano tem alunos que estão sem intérprete porque dos que vieram pro estado – foram três intérpretes divididos entre escolas – então, dos alunos que vieram pro primeiro ano já não tinham mais interpretes, porque a cota já tinha estourado’.
A filha de Márcia, Helena de Kássia, tem 19 anos e está cursando o terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Raimundo Laureano disse:
‘Sou surda, tenho direitos. É a minha vida. Preciso de intérprete. Eu preciso de respeito!’.
A Associação dos Surdos de Paragominas (ASPA) realizou a roda de conversa ‘Surdo Cidadão’ no Parque Ambiental de Paragominas abordando assuntos de interesse coletivo que possam diminuir as diferenças e faça com que tenham seus direitos sendo assegurados pelas autoridades e pela sociedade.
A Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, dispõe sobre a obrigatoriedade da inclusão de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e dá outras diretrizes quanto à inclusão da pessoa surda.