Escritório Social da Seap auxilia acesso de egressos do sistema penal ao mercado de trabalho
O apoio na conquista de emprego é um dos serviços oferecidos pelo Estado no processo de reconstrução da cidadania
Programa vinculado à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o Escritório Social promove estratégias de ressocialização para pessoas que deixam o sistema penitenciário no Pará, e agora avança para o modelo de atendimento virtual, que permite alcançar ainda mais egressos que buscam assistência. Um dos exemplos é Gabriela Campos, 26 anos, que com o auxílio do Estado conquistou a primeira vaga de emprego após sair do cárcere.
Ela ficou custodiada no Centro de Reeducação Feminino (CRF), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), e retornou a Paragominas, no sudeste paraense, onde nasceu, após reconquistar a liberdade no dia 06 de dezembro do ano passado. Durante o período em que ficou sob a custódia da Seap, Gabriela participou de diversas atividades de reinserção social. No CRF, ela fez curso profissionalizante de panificação e entrou para a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe).
Gabriela passou por todos os núcleos criativos da Cooperativa, aprendeu com as monitoras, e a partir das oficinas do “Projeto Sons de Liberdade”, fruto de parceria entre a Seap e a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), recebeu capacitação específica e se dedicou à costura e ao bordado.
Retorno à cidadania – De volta a Paragominas, a egressa – que tem quatro filhos – trabalhou em casa como designer de sobrancelhas e manicure, e pediu ajuda ao Escritório Social para se candidatar a uma vaga de costureira em uma fábrica de uniformes. “Fizemos uma carta de recomendação profissional da Cooperativa para ela. Em seguida, agendamos um atendimento virtual para ajustar melhor essa demanda”, informa o gerente do Escritório Social, Gerson Santos.
O atendimento teve o objetivo específico de preparar Gabriela para o processo seletivo do emprego. “O mais importante era ver se ela estava preparada emocionalmente para a entrevista, pois é um momento tenso. E no caso da Gabriela, que está com monitoramento eletrônico, ainda tinha o fato de a empresa não saber que ela estava respondendo a um processo jurídico. Ela foi orientada e decidiu contar sobre a situação jurídica durante a entrevista. Também nos colocamos à disposição para falar com a empresa responsável, caso fosse necessário”, explica a psicóloga do Escritório Social, Regina Batista.
“A conversa com a equipe do Escritório me tranquilizou bastante. Eu estava com medo de falar para o entrevistador onde eu estive, e não ser aceita. Mas deu tudo certo, e consegui a vaga. Todas as pessoas da malharia me tratam bem e me ajudam quando eu não sei alguma coisa”, diz Gabriela Campos.
A partir dessa experiência, a equipe do Escritório Social já planeja os próximos passos em relação à ampliação desse atendimento. “Vamos ampliar a integração dos serviços para atender principalmente às mulheres do CRF, que em sua maioria são do interior do Estado, das regiões Nordeste e Sudeste do Pará. Nossa intenção é destacar a equipe do Escritório Social, junto com a equipe biopsicossocial da Coordenadoria de Assistência ao Egresso e Família (Caef), para fazer as visitas técnicas integradas e identificar as demandas desse público, para oportunizar a empregabilidade no pós-cárcere”, acrescenta Gerson Santos.
Ampliação de parcerias – Desde sua criação, em 2021, o Escritório Social realizou quase 900 atendimentos a egressos e familiares, entre orientação jurídica, acolhimento biopsicossial e administrativo, e encaminhamentos para o mercado de trabalho, em empresas do setor público e privado. A expectativa para este ano é aumentar a rede de parceiros.
O Escritório Social resulta da parceria do Governo do Pará, por meio da Seap, com os órgãos da Justiça, seguindo as orientações do Programa Fazendo Justiça, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Durante o atendimento, o egresso é acolhido e encaminhado para a rede de políticas públicas de assistência, atendendo principalmente às demandas específicas de cada pessoa em saúde, educação, empregabilidade, lazer e cidadania, e outras áreas. Todos estes serviços também são extensivos às famílias dos egressos.
(Ascom SEAP)
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