MEC suspende por 60 dias a implementação do novo ensino médio
Durante esse período, ministério vai decidir como vai reestruturar o formato educacional das últimas séries da educação básica
O Ministério da Educação suspendeu por 60 dias a implantação do cronograma do novo ensino médio. A portaria com a suspensão, assinada pelo chefe da pasta, Camilo Santana, foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (5).
O prazo de suspensão passa a valer após a conclusão da consulta pública para a avaliação e reestruturação da política nacional de ensino médio. Durante esse período, o ministério vai decidir como deve reestruturar o formato educacional das últimas séries da educação básica.
Em março, o ministério abriu a consulta que vai receber manifestações até o início de junho, mas o governo pode prorrogar o prazo, caso necessário. Serão realizadas audiências públicas, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais com estudantes, professores e gestores escolares sobre a experiência de implementação do novo ensino médio nos 26 estados e no Distrito Federal.
De acordo com a pasta, o objetivo da consulta é “abrir o diálogo com a sociedade civil, a comunidade escolar, os profissionais do magistério, as equipes técnicas dos sistemas de ensino, os estudantes, os pesquisadores e os especialistas do campo da educação para a coleta de subsídios para a tomada de decisão do Ministério da Educação acerca dos atos normativos que regulamentam o novo ensino médio”.
O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou na terça-feira (4) que o governo federal suspenderia a implantação do novo ensino médio. “Hoje estou assinando uma portaria, em que nós vamos suspender a portaria 521, que aplica o cronograma de aplicação do novo ensino médio. Principalmente, por uma questão por causa do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Porque o novo ensino médio previa que em 2024 nós tivéssemos um novo Enem. Como há ainda esse novo processo de discussão, nós vamos suspender essa portaria para que, a partir da finalização dessa discussão, a gente possa tomar as decisões em relação ao ensino médio”, disse Santana.
De acordo com o ministro, o governo vai ouvir a opinião de entidades da sociedade civil, de representantes de governos estaduais e do Congresso Nacional para decidir como deve funcionar o ensino médio. “Nós estamos em um processo de consulta e de discussão para que possamos aperfeiçoar e melhorar todo o ensino médio. Nosso objetivo é garantir um bom ensino médio para a juventude, adaptado e voltado para as atualidades do mercado de trabalho”, comentou Santana.
O novo ensino médio ampliou o tempo mínimo do estudante na escola, de 800 horas para mil horas anuais, e definiu uma nova organização curricular, baseada na oferta de “itinerários formativos” organizados dentro das áreas de conhecimento (linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas) e na intenção de promover a educação técnica e profissional.
A portaria 521, citada pelo ministro da Educação, foi divulgada em 2021. Segundo o calendário de implementação definido pelo ato, até 2024 as regras do novo ensino médio passariam a ser aplicadas em todos os anos das séries finais da educação básica. Além disso, no ano que vem, a matriz de avaliação do Enem seria atualizada para se alinhar às diretrizes do novo ensino médio.
Após as manifestações, a Secretaria de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino do Ministério da Educação terá 30 dias para elaborar o relatório final, a ser encaminhado ao ministro Camilo Santana.
De acordo com a pasta, o objetivo da consulta é “abrir o diálogo com a sociedade civil, a comunidade escolar, os profissionais do magistério, as equipes técnicas dos sistemas de ensino, os estudantes, os pesquisadores e os especialistas do campo da educação para a coleta de subsídios para a tomada de decisão do Ministério da Educação acerca dos atos normativos que regulamentam o novo ensino médio”.
(R7)
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