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Falta de médicos, escassez de remédios e furadeira comum em uso ortopédico marcam fiscalização em unidades de saúde de Paragominas

Promotoria e Defensoria confirmam denúncias em visita surpresa ao hospital municipal e à UPA na noite de quarta-feira (16)

Na noite de quarta-feira, 16 de abril, o promotor de Justiça Maurim Vergolino e o defensor público Rodrigo Massolio realizaram uma fiscalização surpresa no Hospital Municipal de Paragominas (HMP) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Paragominas, após receberem denúncias populares e de participarem de uma reunião com vereadores e o secretário municipal de Saúde, Sérgio Amorim, convocada pela comissão de Saúde da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Jairo Santos.

Na noite de quarta-feira, 16 de abril, o promotor de Justiça Maurim Vergolino e o defensor público Rodrigo Massolio realizaram uma fiscalização surpresa no Hospital Municipal de Paragominas (HMP) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Paragominas, após receberem denúncias populares e de participarem de uma reunião com vereadores e o secretário municipal de Saúde, Sérgio Amorim, convocada pela comissão de Saúde da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Jairo Santos.

Na reunião, que contou com a participação do Conselho Municipal de Saúde, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Coordenação da UPA, Superintendência do Hospital Municipal, e representante da UMAMP (União Municipal das Associações de Moradores de Paragominas), o secretário foi questionado pelos presentes sobre os relatos de falta de médicos, medicamentos, e materiais para realização de exames. O secretário informou que há algumas dificuldades, mas que há licitações em curso para a resolução dos problemas.

Falta de médicos e medicamentos é constatada no Hospital Municipal de Paragominas

O site Notícias Diárias e o SBT Paragominas acompanharam a fiscalização feita pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE), começando pelo Hospital Municipal Dr. Antônio José da Costa (HMP), em Paragominas, onde confirmaram a falta de medicamentos e de médicos. Entre os remédios considerados básicos e essenciais, e que não foram encontrados naquela unidade hospitalar, estavam a ocitocina, utilizada para estimular contrações uterinas, e o Nalsedron, indicado para náuseas e vômitos.

No momento da vistoria, uma mulher em trabalho de parto aguardava a chegada do pediatra, que ainda não se encontrava na unidade. O profissional chegou durante a visita dos órgãos fiscalizadores. Também foi verificado que um adolescente, transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), aguardava atendimento ortopédico no hospital.

Relatos de restrições em medicamentos são registrados na UPA de Paragominas

Após a vistoria no Hospital Municipal, as equipes do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e da Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE) seguiram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paragominas. No local, conversaram com pacientes e servidores.

Durante a visita, foram relatadas restrições no fornecimento de medicamentos, alguns estariam sendo disponibilizados apenas para pacientes internados. Também surgiram relatos sobre problemas relacionados ao atendimento médico. As informações coletadas serão analisadas pelos órgãos fiscalizadores. A inspeção contou com a presença dos vereadores Feliciano Neto, Evandro Dalmaso, Jairo Santos e Ítalo Gomes, que acompanharam a visita técnica à unidade ao lado do promotor e do defensor público.

Após a passagem pela unidade, o grupo retornou ao Hospital Municipal para verificar se o adolescente que aguardava pelo ortopedista havia sido atendido. Na ocasião, foram informados que o médico já havia prestado atendimento e iniciado o processo de regulação para transferência estadual, devido à impossibilidade de tratamento no local.

Furadeira comum em uso ortopédico

Outro ponto observado na segunda visita ao hospital foi a presença de uma furadeira comum que seria utilizada para procedimentos ortopédicos, o que chamou a atenção pois esse tipo de uso pode por em risco a saúde e até mesmo a vida dos pacientes.

Veja a comparação feita pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária):

CaracterísticaFuradeira CirúrgicaFuradeira Doméstica
Controle de rotação da brocaPossui controle pelo cirurgiãoNão possui controle
Sistema de resfriamentoPode terNão possui
Tipo de brocaAutoblocante (interrompe após perfurar o osso)Comum, sem bloqueio automático
EsterilizaçãoPode ser esterilizada com base em instruções do fabricanteNão pode ser esterilizada
Risco de contaminação por partículasProjetada para evitar contaminaçãoPode aspirar partículas de osso, aumentando o risco de infecção
LubrificaçãoUtiliza óleo próprio para ambiente hospitalarÓleo doméstico pode contaminar o centro cirúrgico
Proteção contra descarga elétricaPossuiNão possui
Risco de necrose por aquecimentoMinimizado por controle de rotação e resfriamentoAlto risco devido ao superaquecimento
Uso recomendadoExclusivo para procedimentos médicos, seguindo normas técnicas e sanitáriasUso restrito a ambientes domésticos ou industriais
Segurança do pacienteAlta, devido a especificações médicasBaixa, com alto risco de complicações
Fonte: Anvisa

A Promotoria de Justiça e a Defensoria Pública informaram que vão avaliar as medidas cabíveis, que podem incluir recomendações ou outras providências, a partir da análise técnica das situações encontradas.

Por Célia Santos para Notícias Diárias

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