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Governo estuda liberação do Terminal Hidroviário de Belém para viagens a Barcarena

O Terminal Hidroviário de Belém deve, já na próxima semana, realizar o transporte de passageiros entre Belém e Barcarena, como parte das medidas tomadas pelo Governo do Pará para diminuir os problemas decorrentes do acidente na ponte da Alça Viária

Empresas que estiverem em situação regular perante os órgãos fiscalizadores deverão ser liberadas, já na próxima semana, para realizar o transporte de passageiros entre Belém e Barcarena, no nordeste paraense, por meio do Terminal Hidroviário de Belém (THB). A medida, anunciada na tarde desta segunda-feira (8), pelo presidente da Companhia de Portos e Hidrovias, Abraão Benassuly, durante reunião ocorrida no Terminal com o Grupo de Trabalho de Navegação, criado pelo Ministério Público do Estado do Pará, visa amenizar os impactos sofridos pela população após a interrupção do fluxo na Alça Viária, em decorrência do acidente que derrubou a ponte Rio Moju, no último sábado (06).

O encontro reuniu ainda representantes de 11 operadoras portuárias interessadas em oferecer o serviço, atualmente não disponível a partir do THB. Coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO), pelo Ministério Público, o promotor Marco Aurélio Nascimento confirmou que promotores de todos os municípios da região do Tocantins – entre os quais Barcarena, Moju, Limoeiro do Ajuru, Tucuruí, Cametá e Baião – estão envolvidos na força-tarefa que se une ao Governo do Estado com o objetivo de oferecer alternativas aos que precisam fazer o deslocamento intermunicipal.

“O caminho é aumentar a oferta do transporte hidroviário para amenizar o impacto no terrestre, porque a queda da ponte muda completamente o cenário de toda a região. São muitos os desdobramentos”, explicou o promotor. A reunião foi o ponto de partida para iniciar a análise da viabilidade da abertura do Terminal para receber essa demanda nos próximos dias.

Condicionantes – Abraão Benassuly enfatizou que o Estado é a parte mais interessada em receber esse fluxo, mas que as empresas precisam atuar em conformidade documental e técnica para obterem a autorização da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Pará (Arcon), bem como da Capitania dos Portos e da Companhia Docas do Pará (CDP), esta última responsável pela liberação dos barcos. “As embarcações precisam estar adequadas à altura dos nossos flutuantes. O pontal precisa oferecer condições seguras de embarque e desembarque. E, para além disso, tem de estar com a documentação toda em dia. É a condição primordial para que possamos analisar as condições dos veículos. Nesse momento, depende muito mais das operadoras”, disse o presidente da CPH.

Outra questão em análise é a quantidade de janelas, ou seja, de horários disponíveis para chegada e saída dos viajantes. O Terminal começa a funcionar às 5 h e atende, até às 14 h, principalmente a região do Marajó, com um fluxo considerado intenso. Isso significa que esse novo fluxo, entre Belém e Barcarena, só poderá ser atendido entre 14h30 e o início da noite.

O trânsito entre os dois municípios gira entre 5 mil pessoas por dia, com diminuição da procura aos finais de semana. “Acredito que já na segunda (15) ou terça (16) poderemos receber esses embarques e desembarques, se as empresas estiverem aptas ao serviço”, informou Abraão Benassuly. Mais à frente, a viabilidade do uso do flutuante da Estação das Docas deve ser também colocada em pauta pelo GT.

O presidente da CPH relatou ainda que o órgão recebe propostas de empresas interessadas em cooperar, oferecendo suas próprias áreas de atraque. Um exemplo é a “Navegação Bom Jesus”, na Avenida Bernardo Sayão, que colocou para análise a utilização de um ferry boat para transporte de 30 veículos e 420 passageiros entre Belém e Cametá, três vezes por semana, com valor de passagem menor do que o cobrada pelos ônibus nesse trajeto.

Preços – A recomendação feita pelo governador Helder Barbalho aos órgãos envolvidos é não elevar o preço das passagens, independentemente do aumento da demanda.

Supervisor de Fiscalização Hidroviária da Arcon, Celso Cruz garantiu que a Agência só espera a confirmação de existência de janelas no THB para autorizar as empresas consideradas regulares a operar entre Belém e Barcarena. “Até mesmo o decreto que garante a isenção do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços), barateando o custo das passagens no Arapari, foi estendido por tempo indeterminado. Então, não existe discussão sobre aumento no preço das passagens”, garantiu Celso Cruz.

Agência Pará – Por Carol Menezes

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