Piloto italiano flagrado com R$ 4,6 milhões em avião é investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de bens em MT
Avião foi apreendido e será periciado pela Cenipa. Piloto foi ouvido e liberado pela Polícia Civil, que disse não ter encontrado ”provas de ‘ilícitos’ contra ele, neste momento.
O piloto Francesco Turriziani, de 61 anos, que foi flagrado com mais de R$ 4,6 milhões em um avião que precisou fazer um pouso forçado em Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.
Turriziani fez um pouso forçado de um Cesnna 206 T, prefixo PR-RMH ano 2005, no aeroporto rural a 5 km de Alta Floresta. O advogado de Francesco, Walter Stavarengo, que disse ao G1 que o italiano usaria o dinheiro para comprar ouro em uma empresa que será aberta em Itaituba (PA).
O delegado de Alta Floresta, Vinicius Nazário, informou que a origem do dinheiro não foi comprovada e os valores foram depositados em uma conta da Justiça.
A origem do dinheiro será investigada em inquérito policial. O piloto foi liberado por não ter provas de ”ilícitos” contra ele, neste momento.
A Polícia Civil disse que não foram encontrados registros criminais contra o piloto. A investigação seguirá na linha de lavagem de dinheiro e ocultação de bens (dinheiro e valores).
A aeronave também está apreendida e aguarda uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que realizará uma perícia no avião.
O avião será levado para um hangar no próprio aeroporto rural. A documentação da aeronave aparentemente está regular, mas a Polícia Civil aguarda confirmação da Aeronáutica.
Condenação
O G1 apurou que o italiano, que vive há 30 anos no Brasil, foi condenado pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo. A decisão foi do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) em 2009. Ele recorreu da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou o recurso e manteve a decisão.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) Turriziani foi investigado pela Polícia Federal em 2002 quando teve uma aeronave, Cessna Aircraft prefixo PT-WDI, interceptada pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Em nota enviada à TV Centro América, a assessoria da Polícia Civil disse que, “a Diretoria de Inteligência, na capital, conseguiu levantar que [o piloto] respondeu um inquérito no ano de 2002, na Justiça Federal. No entanto, isso não é elemento de prova para sua autuação em flagrante referente à apreensão do dinheiro, que é objeto de investigação de possível lavagem de ativos financeiros”, comentou a instituição.
O caso
De acordo com a Polícia Civil, apenas o piloto estava na aeronave.
Ele saiu de Sorocaba, em São Paulo, com destino a Itaituba. O avião faria duas paradas de abastecimento, sendo uma em Jataí, em Goiás, onde o piloto percebeu o problema na aeronave.
Mesmo assim ele seguiu a viagem com a próxima parada em Alta Floresta, local onde fez o pouso forçado.
Moradores ligaram para a polícia dizendo que um avião havia ”caído” no aeroporto. Os policiais foram ao local e encontraram o piloto embarcando em um táxi.
No avião a polícia encontrou seis malas contendo uma enorme quantia em dinheiro, totalizando R$ 4.679.750.
O advogado do piloto afirmou que Francesco atua como parceiro do proprietário da empresa de compra de ouro, que vai começar a atuar em breve no município paraense.
Conforme a defesa, o piloto pegou o dinheiro em Sorocaba (SP) do proprietário da empresa, que também é dono de um táxi-aéreo e teria vendido um jato.
O advogado afirmou que Francesco mora em São Paulo desde que tinha 3 anos de idade, é piloto de profissão, vende aviões e concordou com a quebra de sigilo bancário.
(G1 MT)