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Empresa capta quase R$ 700 milhões de investidores para produzir carne de laboratório

Memphis Meats, dos Estados Unidos, promete oferecer produto saudável e delicioso a partir de células de animais
O investimento pode viabilizar a chegada de carnes cultivadas aos supermercados (Foto: Divulgação/Embrapa Gado de Corte/Kadijah Suleiman)

A missão da Memphis Meats é trazer uma carne deliciosa e saudável para a sua mesa por meio da criação por células em vez de animais”. Foi com essa definição que a empresa dos Estados Unidos se apresentou ao mercado e obteve uma captação milionária nesta semana. A Memphis Meats conseguiu angariar US$ 161 milhões – mais de R$ 670 milhões – para começar a expandir a produção de carne de frango, bovina e de pato produzidas a partir de células animais.

A chamada carne cultivada é resultado de um processo em que uma célula é retirada do animal e alimentada em um biorreator, fazendo com que comece a se reproduzir.  A rodada de investimentos contou com o SoftBank Group, que já investiu em startups como Rappi e Quinto Andar no Brasil, além Norwest Venture Partners e Temasek. “Os grandes investidores sabem que esse é um dos mercados que podem dar certo. A gente está com uma população mundial que cresce cada vez mais e, por questões de sustentabilidade, não é viável expandir a área produtiva. Esse mercado vai ter muita receita envolvida”, avalia Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute (GFI) no Brasil, organização sem fins lucrativos que atua globalmente na promoção de proteínas alternativas, nos setores de carnes, laticínios e ovos.

A partir do investimento, Guadagnini acredita que as carnes cultivadas comecem a ser disponibilizadas no mercado, mesmo em escala pequena, a fim de entender o comportamento do consumidor e investir para que o alimente se torne cada vez mais acessível.

Quanto ao agricultor e pecuarista, o diretor do GFI defende que essa é uma oportunidade de mercado também para quem produz. “A gente acredita que a produção normal continue existindo, mas que proteínas vegetais e alternativas, como é o caso do cultivo por células, também tenham mercado. O consumo de carne deve continuar, e quem produz grãos poderá ver a proteína vegetal como mais uma fonte de renda”, afirma Guadagnini.

(Revista Globo Rural)

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