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Análise: seleção sub-23 se classifica com fragilidades expostas e dilema na defesa

Brasil vence a Bolívia por 5 a 3, mas sofre mais do que deveria e tem ajustes a fazer
Reinier em ação pela Seleção Brasileira — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

A estreia contra o Peru deu sinais de problemas. O jogo contra o Uruguai acendeu a luz amarela. E se restava alguma dúvida quanto a fragilidade da defesa brasileira no Pré-Olímpico, a partida contra a Bolívia, na noite da última terça-feira, tratou de escancará-la. Embora classificada para o quadrangular final e favorita para conquistar uma das duas vagas para os Jogos de Tóquio, a seleção sub-23 tem problemas sérios a resolver.

Diante da frágil seleção boliviana, que apresentou até certa qualidade para atacar, mas enorme limitação para defender, o Brasil goleou por 5 a 3 com ares de pelada e sofreu mais sustos do que deveria.

Muito superior tecnicamente, o Brasil criou com facilidade e se deu ao luxo de desperdiçar chances de gols. Depois, perdeu o controle e viu o jogo ficar lá e cá.

Em noite inspirada, Paulinho e Antony infernizaram a vida dos defensores bolivianos. Já Reinier, que estreou como titular, não rendeu aquilo que pode, mas esteve bem, participando de um gol e marcando outro. O mais novo reforço do Real Madrid chega mais à área e oferece opções de tabela a Matheus Cunha, mas participa menos da criação do que Pedrinho, que foi poupado por dores na coxa esquerda.

Reinier não conseguiu provar que merece a titularidade, mas mostrou ao técnico André Jardine que pode ser uma boa opção para determinadas situações de jogo.

Assim como Pepê, que mais uma vez entrou ligado e voltou a balançar as redes. O ataque está ajustado, mas o mesmo não pode ser dito da defesa. Novamente o setor demonstrou enorme insegurança e em muitos lances se enrolou sozinho.

Abrindo bem o campo com seus dois laterais, a Bolívia conseguia criar um enorme buraco entre os defensores brasileiros e penetrar com facilidade. Robson Bambu viveu noite trágica, mas não foi o único culpado pelos erros cometidos e sustos sofridos pelo Brasil. Caio Henrique perdeu bolas bobas, Guga esteve perdido em alguns lances e quebrou a linha de impedimento, Ivan novamente foi mal jogando com os pés…

Problemas que não são novos, mas criam dilemas para o técnico André Jardine.

Está está claro que Ivan não é o mais indicado para o tipo de jogo que a seleção sub-23 quer jogar, com as saídas de bola sempre curtas, e a linha defensiva jogando avançada em boa parte do tempo.

Após a partida, Jardine afirmou que não mudará o seu modelo. Trocará então as peças ou seguirá correndo riscos?

Bruno Fuchs ficou pouco tempo em campo, mas em sua carreira já demonstrou qualidades que o credenciam a brigar pela titularidade. Porém, depois de garantir a classificação com uma dupla de zaga, o técnico mexerá no setor justamente na fase final?

Na próxima sexta-feira, diante do Paraguai, Jardine levará a campo uma equipe repleta de mudanças, para dar mais rodagem aos reservas. Mais importante do que o resultado será encontrar soluções para os problemas apresentados pelo Brasil, que na próxima fase enfrentará adversários melhores e terá menos brechas para vacilar.

(Globo Esporte)

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