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O libert\u00e1rio Javier Milei desbancou a hegemonia do peronismo, que havia vencido seis das nove elei\u00e7\u00f5es presidenciais desde a redemocratiza\u00e7\u00e3o na Argentina, em 1983, e se tornou neste domingo (19) o novo presidente do pa\u00eds sul-americano.<\/p>\n
Antes mesmo da divulga\u00e7\u00e3o do resultado oficial, seu advers\u00e1rio no segundo turno, o peronista Sergio Massa, fez um pronunciamento no in\u00edcio desta noite reconhecendo a derrota. \u201cMe comuniquei com Javier Milei para felicit\u00e1-lo e desejar-lhe sorte\u201d, afirmou. A posse do libert\u00e1rio ser\u00e1 em 10 de dezembro.<\/p>\n
Depois da fala de Massa, foram divulgados os primeiros n\u00fameros oficiais da apura\u00e7\u00e3o: com 86,59% dos votos apurados, Milei soma 55,95% e o peronista, 44,04%.<\/p>\n
Javier Milei, fundador da coaliz\u00e3o A Liberdade Avan\u00e7a, tem 53 anos e \u00e9 economista. Ele foi economista-chefe de uma empresa de previd\u00eancia privada, economista s\u00eanior do HSBC e professor de economia e se diz adepto da Escola Austr\u00edaca, que defende a liberdade econ\u00f4mica e a n\u00e3o interfer\u00eancia do Estado na \u00e1rea.<\/p>\n
Na primeira elei\u00e7\u00e3o que disputou, as legislativas de 2021, Milei foi eleito deputado nacional. Neste ano, o libert\u00e1rio foi o mais votado nas pr\u00e9vias argentinas, realizadas em agosto. Em outubro, foi o segundo colocado no primeiro turno e se qualificou para a disputa deste domingo.<\/p>\n
Admirador de Donald Trump e amigo da fam\u00edlia Bolsonaro, ele \u00e9 contr\u00e1rio ao aborto, c\u00e9tico sobre as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e afirma que na sua presid\u00eancia \u201cn\u00e3o haver\u00e1 marxismo cultural\u201d. Acredita que as novas gera\u00e7\u00f5es argentinas est\u00e3o mais propensas a concordar com suas opini\u00f5es porque \u201ct\u00eam menos tempo de exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 lavagem cerebral da educa\u00e7\u00e3o p\u00fablica\u201d.<\/p>\n
\u201cN\u00e3o vim guiar cordeiros, vim despertar le\u00f5es\u201d, costuma repetir. Entre suas propostas, est\u00e3o a dolariza\u00e7\u00e3o da economia da Argentina e o fim do Banco Central.<\/p>\n
Estas medidas far\u00e3o parte da sua estrat\u00e9gia para tentar recuperar a economia argentina: a pobreza hoje atinge 40% da popula\u00e7\u00e3o, a infla\u00e7\u00e3o em outubro ficou em 142,7% no patamar interanual e\u00a0o Fundo Monet\u00e1rio Internacional (FMI) projeta que o pa\u00eds ter\u00e1 em 2023 a sexta retra\u00e7\u00e3o do PIB em dez anos.<\/p>\n
(Gazeta do Povo)<\/p>\n
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