List\u00e3o, que j\u00e1 teve Parauapebas no topo e Bel\u00e9m na rabeira, hoje enxerga em Paragominas exemplo de desenvolvimento econ\u00f4mico multissetorial aliado ao progresso social. Ranking da Urban Systems se tornou b\u00fassola para grandes investidores<\/em><\/span><\/p>\n

O ano de 2019 \u00e9 de Paragominas na edi\u00e7\u00e3o atual do \u201cMelhores Cidades para Fazer Neg\u00f3cio\u201d, um estudo de prospec\u00e7\u00e3o de mercado produzido pela consultoria Urban Systems. No levantamento, que considera todos os munic\u00edpios com mais de 100 mil habitantes e foi divulgado durante esta semana, o potencial de desenvolvimento de Paragominas nas \u00e1reas econ\u00f4mica, social, de infraestrutura e de capital humano a posicionou entre as 100 melhores pra\u00e7as de investimentos do Brasil.<\/p>\n

As informa\u00e7\u00f5es foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Z\u00e9 Dudu, que se debru\u00e7ou sobre as 42 p\u00e1ginas do estudo para entender por que raz\u00e3o Paragominas virou destaque, na 99\u00aa coloca\u00e7\u00e3o nacional, num estudo que j\u00e1 teve\u00a0Parauapebas<\/a>\u00a0em 2\u00ba lugar na edi\u00e7\u00e3o de 2014 e Bel\u00e9m em 57\u00ba lugar na edi\u00e7\u00e3o de 2017. O ranking da Urban Systems \u00e9 distribu\u00eddo a todos os executivos do pa\u00eds e tem repercuss\u00e3o internacional.<\/p>\n

Com 113 mil habitantes, Paragominas \u00e9, hoje, um dos maiores celeiros agropecu\u00e1rios e de minera\u00e7\u00e3o da Regi\u00e3o Norte. \u00c9 o munic\u00edpio que mais movimenta commodities agr\u00edcolas no sudeste do\u00a0Par\u00e1<\/a>, tendo faturado R$ 582,3 milh\u00f5es com suas lavouras no ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE). Seu rebanho bovino \u00e9 de 276 mil cabe\u00e7as e os criadouros de galinhas totalizam 206 mil animais. Paragominas \u00e9, ainda, l\u00edder da produ\u00e7\u00e3o de soja no estado e, tamb\u00e9m, campe\u00e3 da produ\u00e7\u00e3o de min\u00e9rio de alum\u00ednio.<\/p>\n

Na edi\u00e7\u00e3o do ano passado do \u201cMelhores Cidades para Fazer Neg\u00f3cio\u201d, Paragominas havia dado as caras como lugar emergente, mas fora do circuito das 100 principais pra\u00e7as. A cidade n\u00e3o apareceu no ranking geral, mas estreou, e muito bem, no crit\u00e9rio \u201cdesenvolvimento econ\u00f4mico\u201d, como uma das 30 mais promissoras do pa\u00eds.<\/p>\n

Este ano, Paragominas surge como o 8\u00ba melhor munic\u00edpio em desenvolvimento econ\u00f4mico do pa\u00eds, movido pelos motores da ind\u00fastria mineral e do agroneg\u00f3cio, que o colocaram na mira de grandes investidores. Orgulho do Par\u00e1 l\u00e1 fora, Paragominas proporcionalmente bate, segundo a Urban Systems, o desempenho de metr\u00f3poles como Belo Horizonte (MG) e S\u00e3o Paulo (SP), al\u00e9m de cidades m\u00e9dias promissoras como Niter\u00f3i (RJ) e Maring\u00e1 (PR).<\/p>\n

De janeiro de 2017 at\u00e9 agosto deste ano, Paragominas apresentou saldo l\u00edquido de 900 empregos formais com carteira assinada, de acordo com o Minist\u00e9rio da Economia, e sua produ\u00e7\u00e3o total de riquezas alcan\u00e7ou R$ 2,66 bilh\u00f5es expressos em Produto Interno Bruto (PIB).<\/p>\n

Volatilidade econ\u00f4mica \u2018congela\u2019 Parauapebas<\/strong><\/p>\n

Ex-estrela de rankings da Urban Systems, e embora atualmente viva tempos gloriosos de gera\u00e7\u00e3o de emprego formal, a situa\u00e7\u00e3o social de Parauapebas ainda n\u00e3o \u00e9 das melhores e impacta a percep\u00e7\u00e3o do mercado sobre o munic\u00edpio. Os dois maiores fatores que prejudicam Parauapebas s\u00e3o a volatilidade de sua economia, altamente dependente e concentrada na ind\u00fastria extrativa de ferro, que por sua vez \u00e9 guiada por demanda internacional; e a superconcentra\u00e7\u00e3o financeira nas m\u00e3os do governo local e da mineradora multinacional Vale, em torno dos quais quase tudo gravita.<\/p>\n

Mesmo com muitos recursos financeiros, o munic\u00edpio n\u00e3o alcan\u00e7ou maturidade e expertise suficientes para criar e adensar cadeias econ\u00f4micas locais que caminhem paralelas \u00e0 atividade mineradora. A insustentabilidade econ\u00f4mica, com uma produ\u00e7\u00e3o de riquezas altamente c\u00edclica, deixa muitos investidores de elite com o p\u00e9 atr\u00e1s.<\/p>\n

Em seis edi\u00e7\u00f5es j\u00e1 publicadas do \u201cMelhores Cidades para Fazer Neg\u00f3cio\u201d, esta \u00e9 a terceira vez em que Parauapebas fica de fora. Na edi\u00e7\u00e3o de 2014, a cidade virou capa da Revista Exame ao ser exageradamente colocada como a 2\u00aa com maior potencial de desenvolvimento do pa\u00eds. No ano seguinte, na edi\u00e7\u00e3o de 2015, Parauapebas rolou para o 20\u00ba lugar, sobremaneira motivado pela baixa na percep\u00e7\u00e3o de indicadores sociais, como educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade, capturados em 2013. Em 2015, o PIB local foi drasticamente reduzido a R$ 11,2 bilh\u00f5es, quase R$ 10 bilh\u00f5es a menos que no auge, 2011, quando ultrapassou R$ 21 bilh\u00f5es.<\/p>\n

Na edi\u00e7\u00e3o do ranking de 2016, o munic\u00edpio tombou para a 83\u00aa posi\u00e7\u00e3o justamente pelos efeitos delet\u00e9rios da baixa de seu PIB ocasionada pela queda no pre\u00e7o do min\u00e9rio de ferro no mercado internacional, o que impulsionou, por seu turno, milhares de demiss\u00f5es. Entre 2013 e 2018, per\u00edodo que compreende a compila\u00e7\u00e3o de dados dos rankings, Parauapebas eliminou 10 mil trabalhadores de seu mercado e ajuntou para si quase 44 mil desempregados. Ainda hoje, mesmo com o crescimento da oferta de empregos tempor\u00e1rios em setores como constru\u00e7\u00e3o civil e servi\u00e7os, um de cada cinco moradores \u00e9 adulto sem emprego formal. Com todo esse cen\u00e1rio, nas edi\u00e7\u00f5es de 2017, 2018 e 2019 do estudo, Parauapebas simplesmente desapareceu.<\/p>\n

(Blog do Z\u00e9 Dudu)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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